Pedro Barusco terá que voltar à CPI da Petrobras

Requerimento para uma nova convocação do ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da estatal foi aprovado, junto com outros, nesta quinta-feira (14)

por Dulce Mesquita qui, 14/05/2015 - 14:25
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados Ex-gerente da estatal, Pedro Barusco esteve na comissão em março Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A CPI da Petrobras aprovou uma série de requerimentos de convocações nesta quinta-feira (14). O ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da estatal, Pedro Barusco, deverá retornar ao colegiado.

Ele foi o primeiro depoente da CPI. Em março, ele confirmou aos deputados o recebimento de propinas desde 1997, período do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a propina paga pelas empresas contratadas pela Petrobras variava entre 1% e 2% dos valores dos contratos e parte era destinada aos partidos. Desta vez, os deputados querem esclarecer pontos específicos das declarações de Barusco. Para eles, houve contradições.

O colegiado irá convocar também pessoas ligadas ao doleiro Alberto Youssef, que prestou depoimento nesta semana. Serão chamados o doleiro Leonardo Meirelles, o funcionário de Youssef, Rafael Ângulo, e o empresário Caio Gorentzvaig.

Esse último é o ex-acionista da Petroquímica Triunfo que fez acusou, em vídeo postado na internet, o governo de beneficiar a Odebrecht, dona da empresa petroquímica Braskem, em contratos. Ele mencionou os nomes da presidente Dilma Roussef, do ex-presidente da Petrobras Luiz Sérgio Gabrielli e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa – um dos delatores da Operação Lava Jato.

Outras convocações - A CPI aprovou a convocação dos empresários Davi Feffer e Daniel Feffer, ex-sócios da empresa Suzano Petroquímica, comprada pela estatal um ano depois da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A petroquímica era avaliada em bolsa de valores por R$ 1,2 bilhão e tinha dívidas de R$ 2,7 bilhões. Mesmo assim foi comprada pela Petrobras por R$ 1,4 bilhão.

Também foi aprovada a convocação do ex-presidente da Sete Brasil João Carlos Medeiros Ferraz, e de dirigentes de duas empresas de tecnologia da informação contratadas pela Petrobras, nos últimos dez anos, a Accenture do Brasil Ltda. e SAP Brasil Ltda. Outra pessoa ligada à Petrobras convocada para depor é Carlos Frederico Trevia, ex-gerente de Relacionamento e Comunicação da estatal.

A CPI também irá convocar, dentre outros, a presidente e o diretor da SAP Brasil Ltda no País, Cristina Palmaka e Ricardo Kümmel Medina, respectivamente; o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antônio Gustavo Rodrigues; o presidente do Grupo MPE Montagens e Projetos Especiais S.A, Renato Abreu; o empresário Hamylton Padilha, que intermediou operações de vendas de poços de petróleo da Petrobras na África; o ex-diretor da BR Distribuidora João Augusto Rezende Henriques; o sócio da empresa Toyo Setal, Roberto Mendonça; o presidente do conselho administrativo da Sete Brasil, Newton Carneiro da Cunha; além de diretores do Grupo Schain, uma das empresas suspeitas de formação de cartel em contratos com a Petrobras.

Refinarias – Os deputados também aprovaram a realização de uma audiência pública para discutir o impacto do cancelamento da construção das Refinarias Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará. Na ocasião serão ouvidos representantes dos municípios onde as refinarias seriam construídas, dos governos do Maranhão e do Ceará, e de funcionários da estatal envolvidos nas obras. Antes dos cancelamentos, R$ 2,7 bilhões foram gastos nos projetos, sendo R$ 2,1 bilhões na Premium I e R$ 596 milhões na Premium II.

 

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