Questão fiscal está acima de qualquer outra, diz Renan

Para o presidente do Senado, é fundamental aprofundar o debate para que não se cometam "equívocos" sobre a Previdência Social

qui, 25/06/2015 - 15:40

Um dia após a Câmara dos Deputados ter decidido vincular todos os benefícios da Previdência Social à política de valorização do salário mínimo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu um "aprofundamento" do debate sobre a sustentabilidade do sistema. Mas fez questão de ressaltar que a questão fiscal tem de ser colocada acima de qualquer outra.

"O Senado vai aguardar que a medida chegue aqui para gente aprofundar o debate e dar um definitivo encaminhamento com relação a essa questão que é crucial para a sociedade brasileira. Com bom senso, com equilíbrio, com a questão fiscal colocada acima de qualquer outra questão. Vamos aguardar que a matéria chegue, reunir todos, ouvir as lideranças, e afinal complementar o processo legislativo", afirmou o presidente do Senado nesta quinta-feira (25) após chegar de um encontro com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.

A fala de Renan - logo após a visita ao Planalto - demonstra uma sutil mudança de postura dele. Os dois estavam em rota de colisão nos últimos meses desde que Renan teve importantes aliados retirados de cargos-chave no governo Dilma. Nos bastidores, o peemedebista acusou o governo de estar por trás da inclusão do nome dele na lista de investigados na Operação Lava Jato.

Para o presidente do Senado, é fundamental aprofundar o debate para que não se cometam "equívocos". Ele não quis responder se considera a decisão um erro, como disse mais cedo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O custo extra da iniciativa aprovada pela Câmara é estimado em R$ 9,2 bilhões por ano. A emenda foi incluída na Medida Provisória 672, enviada pelo Executivo para prorrogar as regras de reajuste do mínimo até 2019. Pela MP, cujo texto-base também passou nesta noite, a correção deve levar em conta a variação da inflação dos últimos 12 meses e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

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