Manifestações contra e a favor do governo marcam semana

Denúncia contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, fruto da Operação Lava Jato, também foi destaque nos últimos dias

por Dulce Mesquita sab, 22/08/2015 - 14:28

Manifestações contra a e a favor do governo marcaram a semana. O meio político também viu o acirramento do embate entre o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o Palácio do Planalto, após a Procuradoria-geral da República protolar denúncia contra ele no Supremo Tribunal Federal, por corrupção e envolvimento no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. A presidente Dilma Rousseff também esteve em Pernambuco como estratégia de recuperação da popularidade.

Os protestos contra o governo foram realizados em 25 estados e no Distrito Federal. Os manifestantes pediram o impeachment ou renúncia de Dilma Rousseff, além de cobrarem ações mais eficientes do Congresso Nacional e ministro do STF. Movimentos sociais já estão convocando a população para a Marcha contra a corrupção, realizada tradicionalmente no dia 7 de setembro. O governo federal reconheceu a importância das manifestações, mas diz que seguirá trabalhando para solucionar os problemas do país.

Em contraposição aos atos anti-Dilma, o PT e movimentos sociais também saíram às ruas também em 25 estados e no DF. O grupo defendeu a democracia, o mandato da presidente Dilma e aproveitou a oportunidade para atacar Eduardo Cunha. A presidente do PT em Pernambuco, deputada Teresa Leitão, criticou as ações da oposição que, na opinião dela, está sem rumo e por isso não apresenta posicionamentos contundentes.

O procurador-geral da República pediu a condenação criminal de Eduardo Cunha por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema da Petrobras. A PGR quer que ele restitua R$ 80 milhões aos cofres públicos. Ele teria recebido propina, usando inclusive a igreja Assembleia de Deus para lavagem de dinheiro. Ligações telefônicas obtidas pela Polícia Federal são evidências do crime.

Cunha negou as acusações e acusou o governo de retaliação por ele ter rompido com a gestão da presidente Dilma Rousseff. O peemedebista negou que vá deixar a Presidência da Câmara dos Deputados e afirmou que a análise dos processos de impeachment continuará, mas sem se tratar de vingança contra Dilma. Para o Planalto, campanha contra o impedimento está enfraquecendo. O PMDB demonstrou apoio a Cunha e o vice-presidente Michel Temer já estuda deixar a articulação política, aumentando a crise institucional.

Em Pernambuco, o foco das investigações é o suposto superfaturamento das obras da Arena PE. O governador Paulo Câmara afirmou ter seguido “todas as etapas da lei” com relação aos contratos assinados pelo Comitê Gestor das Parcerias Público-Privadas (PPPs) para a construção do estádio em São Lourenço da Mata. Ele era o vice-presidente do Comitê na época da construção.

Como estratégia para recuperação da popularidade do governo no Nordeste, a presidente Dilma Rousseff veio a Pernambuco, onde inaugurou, em Cabrobó, primeira estação de bombeamento do eixo norte do Projeto de Integração do São Francisco. No Recife, ela se reuniu com empresários e movimentos sociais para coletar sugestões. Dilma garantiu que “aposta no Brasil” e, por isso, estava se “abrindo para o diálogo". Durante o Dialoga Brasil, Câmara foi vaiado por petistas e reagiu com pedido por tolerância.

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