30ª fase da Lava Jato tem como alvos fornecedoras de tubos

As empresas Apolo Tubulars e Confab (que pertence à multinacional Tenaris) procuraram Renato Duque para garantir seus contratos, mediante pagamento de propina

ter, 24/05/2016 - 11:34
Reprodução/ApoloTubulars Apolo fechou contrato de 462 milhões com a Petrobras e pagou propina de R$ 6,7 milhões à Renato Duque e seu grupo Reprodução/ApoloTubulars

Os alvos da 30ª fase da Operação Lava Jato são grandes empresas fornecedoras de tubos para a Petrobras, incluindo alguns de seus executivos e sócios. Também estão sendo investigados um escritório de advocacia, que era usado para o repasse de dinheiro, operadores financeiros e dois funcionários da estatal. A operação deflagrada hoje (24) mostra a extensão do esquema de corrupção em mais um segmento da Diretoria de Serviços e Engenharia da empresa.

Segundo os investigadores, as empresas Apolo Tubulars e Confab (que pertence à multinacional Tenaris) procuraram Renato Duque para garantir seus contratos, mediante pagamento de propina. “Os contratos já celebrados pela Petrobras com duas das fornecedoras de tubos que efetuaram pagamentos de vantagens ilícitas para obter vantagens com a Diretoria de Serviços da estatal totalizam montante superior a R$ 5 bilhões. Evidências denotam que o pagamento de propinas no interesse desse esquema criminoso perdurou pelo menos entre os anos de 2009 e 2013, sendo que os valores espúrios pagos, no Brasil e no exterior, superam a quantia de R$ 40 milhões”, diz nota divulgada pelo Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba.

Além de Duque, também estão envolvidos nesta nova operação o lobista Júlio Camargo, o ex-ministro José Dirceu, que já cumpre pena, e Demarco Epifânio, ex-executivo da área internacional da Petrobras, que não foi encontrado pelas equipes de busca, mas terá que prestar esclarecimentos. Segundo a força tarefa, Dirceu teria recebido parte do montante de propinas através da empresa Credencial Construtora e Empreendimentos LTDA, apontada pelos investigadores como um empresa de fachada, já que não possuía nenhum funcionário e a sede ficava na casa de um dos sócios.

Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo, os proprietários da Credencial, foram presos preventivamente na manhã desta terça (24). A construtora de fachada foi usada para viabilizar o pagamento de propina em diversos esquemas criminosos investigados na Lava Jato, “mediante a celebração de contratos ideologicamente falsos”.

As investigações tiveram a participação da Receita Federal, Polícia Federal, da própria Petrobras e de um escritório de investigação autônoma contratado pela estatal.

Com informações da Agência Brasil

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