Anderson: “Uma nova geração está chegando em Jaboatão”

Um dia após vencer a eleição municipal de Jaboatão dos Guararapes, o novo prefeito eleito, Anderson Ferreira (PR), concedeu entrevista ao Portal LeiaJá e disse estar preparado para assumir o mandato

por Taciana Carvalho seg, 31/10/2016 - 20:36
Brenda Alcântara/LeiaJáImagens Brenda Alcântara/LeiaJáImagens

Um dia após ser eleito prefeito do Jaboatão dos Guararapes, município que possui a segunda maior população de Pernambuco, Anderson Ferreira (PR) recebeu a equipe do Portal LeiaJá. Durante a entrevista, o republicano disse estar entusiasmado em governar a cidade afirmando que “uma nova geração está chegando em Jaboatão”. 

O novo gestor, que assume em Janeiro de 2017, declarou que colocou seu nome na disputa porque cansou de ver que não se candidatava, na cidade, alguém com garra e determinação de fazer mais pela cidade. “Eu, como eleitor de Jaboatão, cansei de ver na cidade, no cenário de disputas eleitorais, candidatos que já vinham derrotados nas urnas e que estavam esquecidos e outras figuras folclóricas. Eu cansei (...) cansei como qualquer jaboatonense de ver Jaboatão não ter a chance de ter um candidato com garra, com determinação, que vem no melhor momento político de sua história”, disparou.

Confiante em cada resposta, Anderson Ferreira voltou a declarar que tem uma trajetória sólida e uma relação pessoal e profissional com ministros do Governo Temer, que o ajudarão a trazer recursos para Jaboatão. Ele ainda disse que o atual prefeito Elias Gomes (PSDB) errou ao escolher as prioridades, principalmente, na área social, a qual prometeu dar uma atenção especial em seu governo. 

Confira a primeira parte da entrevista:

1.Portal LeiaJá (PL) – O senhor foi eleito prefeito do município de Jaboatão dos Guararapes. Qual será o foco da sua gestão, a partir de janeiro de 2017?

Anderson Ferreira (AF) – Nós vamos ter um olhar especial para o social. Nosso governo irá inverter prioridades. Eu pretendo que todos os nossos projetos tenham um cunho social com uma saúde que funcione. Iremos fazer com que a entrega do uso de medicamento contínuo seja feita. O usuário vai poder receber o seu remédio em casa como os de hipertensão e de problemas cardíacos. Também vamos fazer um reforço médico para poder diminuir essa grande demanda de falta de atendimento. Dentro da área de saúde, nós vamos fazer a marcação de consulta através de um aplicativo aonde você irá solicitar a sua consulta através de SMS [mensagem por celular] ou whatsApp e receber a hora e o local que será atendido, ou seja, vamos usar a tecnologia a nosso favor.  

2. PL – E na área educacional, qual será o trabalho realizado?

AF - No nosso governo vamos ampliar as escolas de ensino integral, que funcione como escola de ensino integral de verdade. Uma escola que tenha aulas culturais, de robótica, de informática e que possa ser uma referência não apenas para Jaboatão, mas para todo o Estado. Vamos fazer uma revolução na educação em Jaboatão. Temos no nosso palanque, desde o primeiro turno, Mendonça Filho [ministro da Educação] e esse relacionamento que nós temos é importante. Com muita humildade também vou bater na porta dos três senadores de Pernambuco, do governador e dos deputados federais e estaduais. Vou bater na porta de um time do bem, das pessoas que querem mudar a segunda maior cidade do Estado e colocá-la em um lugar que lhe é digno. 

3. PL – Então, a prioridade inicial será com a saúde e educação?

AF – Não. Jaboatão tem vários problemas e se encontra entre as dez piores cidades em saneamento básico no Brasil. Isso é um caso sério. A questão da violência também, mas, nós temos grandes parceiros como o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que vai nos ajudar na área da segurança. Vamos atrair muitas parcerias no Governo Federal. Temos que valorizar a guarda municipal, vamos treiná-la, e aumentar o número de câmeras de monitoramento em um trabalho conjunto com a Polícia Militar. Jaboatão, com certeza, será mais seguro até porque uma gestão não pode ser feita apenas com o cofre da prefeitura.  A nossa diferença é que temos uma interlocução muito forte no cenário nacional. Sou deputado federal e fui o quinto mais votado. Tenho uma relação de amizade com mais de cinco ministros em áreas estratégicas como educação, transporte, minas e energia e eu me sinto muito confortável por saber que são pessoas que já se comprometeram no primeiro turno. 

4. PL - O senhor fala muito de parceria, porém, diante da crise nacional é possível realizar essas alianças que vem prometendo com ministros?

AF- O que não é possível é você fazer uma gestão só pensando na arrecadação do município. Acho que fica difícil você conseguir fazer uma boa gestão, principalmente, no momento de crise. Eu me preparei, tenho parceiros que conviveram comigo. Quando vemos, às vezes, discursos de políticos falando que vai buscar parceria, eles falam que vão porque irão começar a construir uma relação. Eu já construí essa relação porque foram deputados comigo, são meus amigos pessoais, caminharam comigo nas ruas e que eu tenho convivência. São seis anos de convivência na vida e na rotina em Brasília. Então, não apenas firmaram esse compromisso como participaram da minha campanha. Eu sei aonde existem recursos. Então, eu não tenho dúvida nenhuma de que vão me ajudar.

5. PL – Como o senhor avalia Jaboatão hoje?

AF- Jaboatão tem um potencial econômico muito forte, é bem localizado, próxima de Suape, que vai nos dar uma grande chance para atrair empresas e profissionalizar o nosso povo. Vamos preparar o jaboatonense para receber esse mercado de emprego dos investidores que vamos trazer, com certeza, para o nosso município. 

6. PL – Qual foi a estratégia traçada para conseguir vencer essa disputa municipal?

AF – Eu, como eleitor de Jaboatão, cansei de ver na cidade, no cenário de disputas eleitorais, candidatos que já vinham derrotados nas urnas e que estavam esquecidos e outras figuras folclóricas. Eu cansei. Eu venho no meu segundo mandato sendo o quinto mais votado, eu disse que iria colocar o meu nome na disputa porque cansei como qualquer jaboatonense de ver a cidade não ter a chance de ter um candidato com garra, com determinação, que vem no melhor momento político de sua história, então, eu enfrentei o pleito mesmo sabendo das dificuldades, do momento de crise que o país enfrenta, mas, eu sou movido a desafios. O primeiro mandato que eu disputei já foi para deputado federal e fui eleito. 

7. PL – Como foi seu mandato como deputado federal?

AF - Quando eu fui eleito disseram para mim que Brasília era difícil, são 513 [deputados federais]  e que daqui que eu aprendesse a andar em Brasília iria levar anos e eu, em quatro anos de mandato, eu não só apenas dobrei, mas tripliquei a minha votação. Eu tive o triplo da votação que eu tive no primeiro mandato e fui o quinto mais votado sem ter um prefeito me apoiando. Isso é fruto de uma política séria, de uma política de compromisso, que é feita ao lado do povo. Eu tenho um voto de opinião e um voto que é conquistado nas ruas. Meu voto não é comprado, é conquistado, é assim que eu aprendi fazer política: com ética, sem promessa, mas, dizendo como vou fazer, com quem vou fazer e fazendo.  

8. PL – Como o senhor avalia a gestão do atual prefeito Elias Gomes?

AF – A avaliação é a da própria população, que demonstrou um índice de rejeição, qualquer pesquisa apresentava isso. Eu acho que houve o erro nas escolhas das prioridades e, na nossa gestão, vamos fazer focar no diálogo, onde o povo vai participar, onde os vereadores vão ter uma participação importante, que irá refletir os anseios de cada área. Vamos fazer com que cada região possa ter a sua prioridade detectada porque Jaboatão é muito complexo. São vários distritos dentro de uma única cidade com realidades diferentes, então, um gestor tem que saber o sentimento das ruas e o que é prioridade para começar a fazer essa transformação tão necessária. 

9. PL – Em sua opinião, qual foi o maior problema do atual prefeito ao administrar a cidade?

AF - Percebi que houve um erro muito grande na área social. Uma cidade como Jaboatão e você ver apenas três creches, com 740 mil habitantes, é uma vergonha. Você tem que ter um olhar especial para reestruturação familiar e a creche é uma ferramenta fantástica. Há uma geração nova que está chegando em Jaboatão, uma geração que vai demonstrar o futuro e uma política nova. Acho que foi a primeira vez que Jaboatão teve uma campanha tão propositiva.

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