'Não fiz nada às escondidas', diz Fernando Bezerra Coelho

O senador rebateu as acusações e críticas de líderes do PMDB de Pernambuco e ponderou que “a ficha vai cair”

por Giselly Santos qui, 14/09/2017 - 09:20
Cleiton Lima/LeiaJáImagens/Arquivo Ele ainda disparou contra Jarbas Vasconcelos Cleiton Lima/LeiaJáImagens/Arquivo

O senador Fernando Bezerra Coelho afirmou que as articulações dele para ingressar no PMDB não foram “às escondidas”. Ao rebater as críticas feitas a ele por líderes do partido em Pernambuco, como o deputado federal Jarbas Vasconcelos e o vice-governador Raul Henry, o neo-peemedebista disse que antes de decidir pela filiação apresentou sua proposta e buscou o diálogo. “Não fiz nada às escondidas. Não me convidei, fui convidado. Apresentei uma proposta e um plano de ação política. Busquei o diálogo, avisei sobre as minhas decisões, não surpreendi ninguém”, cravou.

Os argumentos foram expostos nessa quarta-feira (13), durante um discurso no Senado. Na ocasião, Bezerra também disse que a ficha dos agora correligionários vai cair. “O alarido provocado pelas vozes dos que hoje me criticam vai passar muito rapidamente. Este estilo de fazer política já foi derrotado muitas vezes pelos pernambucanos. Sei que alguns têm direito e legitimidade para expressar suas opiniões; mas também sei que outros fazem o jogo dos detentores do poder, alimentados por cargos e posições, por promessas que sistematicamente vêm sendo quebradas e não honradas. A ficha vai cair”, ressaltou.

Ao mencionar os cargos, ele ainda disparou contra Jarbas Vasconcelos. “Fácil falar de barganhas políticas a nível federal com o objetivo de atingir as pessoas. Mas não reconhecer as mesmas barganhas a nível estadual é uma tremenda incoerência ou cinismo. Será que são as secretarias e órgãos estaduais que explicam a flexibilidade do deputado Jarbas Vasconcelos em aceitar alianças políticas que até as eleições passadas condenava? Não quero julgar, o deputado tem direito de rever suas posições, mas a boa educação política exige que se respeite o posicionamento dos outros”, salientou. 

Mesmo sem citar, as alianças referidas por Fernando Bezerra diz respeito a possibilidade o PT se reaproximar do PSB no estado. Jarbas chegou a dizer que não era intolerante ao PT quando foi questionado sobre o eventual alinhamento. Com o ingresso no PMDB, o senador recebeu uma espécie de carta branca para conduzir o partido para uma nova linha política sem ter o PSB como aliado, formando uma frente com nomes como o do senador Armando Monteiro (PTB) e do ministro Bruno Araújo (PSDB). 

Pontuando que nunca traiu seus compromissos, Bezerra ainda disse estar sofrendo agressões de pessoas famosas pela “verborragia”.  “Agressões dos que, não tendo argumentos, buscam macular nossas atitudes com o objetivo de distorcer e criar uma narrativa que justifique seus próprios erros e equívocos políticos”, rechaçou. “Nunca traí os meus compromissos com a minha terra, nunca fiz política agredindo ou denegrindo quem quer que seja. Diferentemente dos que me atacam, famosos pela verborragia”, completou. Segundo Bezerra todo o processo de filiação foi comunicado a Jarbas Vasconcelos, que um dia antes chegou a chamar o senador de “traidor”

Processo de dissolução da direção do PMDB-PE

O processo de dissolução do comando do PMDB em Pernambuco teve início nesta quarta-feira durante a reunião da Executiva Nacional da sigla. A solicitação foi protocolada por Orlando Tolentino, assessor especial do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (PSB), filho de Fernando Bezerra Coelho. 

Tolentino justificou a ação com o argumento de insuficiência de desempenho eleitoral do PMDB para justificar a dissolução. O que foi rebatido por Raul Henry, presidente estadual da legenda. Segundo ele, em  2016, conseguiram eleger 17 prefeitos, 15 vices e 160 vereadores. O processo será relatado pelo deputado federal Baleia Rossi (SP), líder do PMDB na Câmara. 

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