Túlio descarta aceitar cargo no governo Paulo Câmara

O namorado da apresentadora Fátima Bernardes disse que é uma “tremenda deslealdade” ser eleito para uma função e aceitar convite para desempenhar outra

por Taciana Carvalho qui, 27/12/2018 - 08:46
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

O deputado federal eleito mais votado na história de Pernambuco, João Campos (PSB), em entrevistas concedidas após a vitória no pleito, não descartou a possibilidade de assumir o mandato para comandar alguma secretaria no governo Paulo Câmara (PSB). O filho do ex-governador Eduardo Campos, ao ser questionado sobre o assunto, desconversou afirmando que fará o melhor para Pernambuco.  Além de João, outros nomes em grande visibilidade como o do também deputado federal eleito Túlio Gadêlha (PDT) tem entrado na especulação sobre aceitar convite para algum cargo não sendo para o qual foi eleito, o que lhe poderia trazer ainda mais força política.

Apesar da pressuposição, o namorado da apresentadora Fátima Bernardes negou a possibilidade por meio das redes sociais, nessa quarta-feira (26). O pedetista falou de forma bem direta de que não tem pretensão de ocupar cargo em governo algum. “Seja no âmbito estadual ou municipal (federal nem se fala), nem busco esse tipo de espaço pra ninguém. Esse tomá-la-da-ca não é, nem nunca será, uma prática do nosso mandato”, falou convicto.

Sem citar nome de ninguém, Túlio Gadêlha alfinetou quem foi eleito para um cargo e aceita outro. “Inclusive, vejo como uma tremenda deslealdade alguém que tenha se candidatado a um cargo eletivo, após conquistar o mandato que o povo lhe outorgou, aceitar convite para desempenhar outra função. Esse tipo de prática constrange eleitores e fere, na prática, a autonomia entre os poderes”, completou.

O novo membro da Câmara dos Deputados a partir de 2019 ainda garantiu que se comprometeu em exercer um mandato de forma independente. “A gente tá chegando para questionar e mudar a lógica do sistema que está aí e não para fazer parte dele”, reiterou utilizando a hashtag #reformapolitica.

O discurso de Túlio está em sintonia com o que fez antes mesmo de revelar se iria disputar o pleito eleitoral para algum cargo. Em meados de junho deste ano, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, o advogado garantiu que não queria entrar para a política pensando em um projeto político pessoal. “Nunca fui candidato de mim mesmo. Nosso projeto sempre foi de grupo e, hoje, o grupo parece que está mais forte do que nunca”, chegou a dizer na ocasião.

Gadêlha já avisou que vai fazer uma oposição consciente ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Na semana passada, ele chegou a dizer que o militar “se ilude com a própria virilidade”. Disse também que as escolhas que Bolsonaro tem feito o “assustava” e ainda disparou ao falar que o Brasil tem “péssimas lembranças” de militares se envolvendo com a política.

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