Bolsonaro cita afinidade com príncipe acusado de homicídio

Mohammed bin Salman é suspeito de ser o mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, crítico do regime saudita

ter, 29/10/2019 - 15:32
José Dias/PR Bin Salman lidera uma operação de maquiagem para vender uma imagem mais aberta da Arábia Saudita José Dias/PR

Em visita à Arábia Saudita, o presidente Jair Bolsonaro disse sentir "certa afinidade" com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, líder de facto do país e suspeito de ser o mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.

Crítico do regime saudita, o repórter foi torturado, morto e esquartejado no consulado de seu país em Istambul, na Turquia, em outubro de 2018. Segundo uma relatora das Nações Unidas (ONU), há "indícios verossímeis" de que Bin Salman é o mandante do crime.

"Tem uma certa afinidade entre nós dois desde o último encontro em Osaka [na reunião do G20]", disse Bolsonaro, ainda antes de se encontrar com o príncipe.

Bin Salman lidera uma operação de maquiagem para vender uma imagem mais aberta da Arábia Saudita, monarquia ultraconservadora sunita que restringe direitos de mulheres, homossexuais e opositores.

Apesar desse histórico, Bolsonaro acrescentou que "todo mundo gostaria de passar a tarde com um príncipe, principalmente as mulheres".

A Arábia Saudita é a última etapa da viagem de 12 dias do presidente pela Ásia e pelo Oriente Médio, que tem como objetivo buscar investimentos estrangeiros para o Brasil, especialmente em privatizações e obras de infraestrutura.

Da Ansa

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