PF: 'Operação Desumano' culmina com um preso no Recife

Em coletiva de imprensa, delegados responsáveis pela investigação detalharam os mandados colocados em prática nesta quarta (16)

qua, 16/09/2020 - 12:26
LeiaJá Imagens Os delegados responsáveis pela operação deram detalhes sobre as investigações. LeiaJá Imagens

Na manhã desta quarta (16), os delegados responsáveis pela Operação Desumano, falaram sobre as investigações em coletiva de imprensa, na Superintendência da Polícia Federal, localizada no centro do Recife. Realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a operação investiga irregularidades em contratos firmados pelas Prefeituras do Recife e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, por meio das secretarias municipais de Saúde, com recursos provenientes do Ministério da Saúde para combate à Covid-19.

Logo no início desta quarta (16), a operação cumpriu um mandado de prisão temporária e 21 de busca e apreensão, nas prefeituras do recife e Olinda, bem como em suas secretarias de saúde e nas residências de seus secretários, e outros envolvidos. 

Segundo o delegado Orlando Neves Neto, coordenador da Desumano, as investigações iniciaram após o recebimento de um relatório vindo da Controladoria Geral da União que dava indícios de irregularidades na contratação do Instituto Humanize para a gestão de dois hospitais de campanha durante o período de pandemia, um no Recife e outro em Jaboatão dos Guararapes. “Um ponto que gerou a necessidade de aprofundar essas investigações é que o presidente do Instituto Humanize, Jairo Flores, é na verdade empregado de uma empresa de transporte e possui uma renda declarada em fontes abertas de aproximadamente R$ 2 mil”.

Ainda de acordo com o delegado, tais indícios levavam a crer que a contratação do Instituto e a subcontratação de cerca de 12 empresas ligadas a ele teriam sido feitas sem licitação. Estima-se que R$ 57 milhões teriam sido empregados nos contratos feitos entre as prefeituras e o Humanize, o quantitativo total ainda está sendo apurado. 

O coordenador da operação falou também, que estão sendo investigados os crimes de fraude de licitação, lavagem de capitais, crimes de corrupção e formação de organização criminosa. No cumprimento dos mandados, nesta quarta (16), foram apreendidas mídias, documentos e cinco veículos.

O empresário Paulo Magnus, responsável por algumas das empresas envolvidas teve a prisão temporária decretada e foi encaminhado para o  Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel). Ele é sócio de Jairo Flores, presidente do Instituto Humanize. "Estamos averiguando se as empresas subcontratadas existem e se prestaram de fato os serviços. Foi feita uma busca na casa dele (Jairo) para avaliar o grau de conhecimento que ele tinha sobre o que estava acontecendo." Segundo o delegado, Jairo pode ter sido usado como "laranja" de Paulo Magno.

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