Deputados saem em defesa de manifestantes contra Bolsonaro

Diversas figuras políticas da esquerda e do centrão alegam mau uso da LSN e censura

qui, 18/03/2021 - 17:16
Reprodução Cartaz de manifestação em Brasília contra Bolsonaro Reprodução

A detenção dos cinco opositores de Jair Bolsonaro na manhã desta quinta-feira (18), por participarem de um protesto contra o presidente com cartaz que continha a frase "Bolsonaro genocida" foi conciderada artitrária por deputados federais. Os políticos alegam que a detenção representou mau uso da Lei de Segurança Nacional, sob a qual foi argumentada a voz de prisão, e também ferimento à democracia. Um dos envolvidos foi identificado como o militante petista Rodrigo Pilha, e vários membros do Partido dos Trabalhadores foram às redes em solidariedade aos presos.

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do partido, compartilhou saiu em defesa dos manifestantes no Twitter, além de tecer diversas críticas ao governo Bolsonaro. “Nosso companheiro e mais quatro pessoas são as novas vítimas da perseguição de Bolsonaro. Foram levados pela Polícia Federal e vão ser enquadrados na Lei de Segurança Nacional por abrirem faixa chamando o genocida de genocida. Acionamos advogado e estamos indo pra PF”, disse a líder.

A deputada federal Marília Arraes (PT-PE) também foi às redes para lamentar o ocorrido, sob a afirmação de que a gestão bolsonarista é ‘facista’ e que a prisão foi oriunda de perseguição à oposição.

“O Gov Bolsonaro escancara, a cada dia, seu fascismo. 4 militantes do PT foram presos hoje após estenderem uma faixa com os dizeres “Bolsonaro Genocida”. Entre os companheiros enquadrados pela Lei de Segurança Nacional está Rodrigo Pilha. É um atentado contra a democracia!”, disse a pernambucana.

Erika Kokay (PT-DF), deputada federal que acompanhou o caso de perto, foi mais uma figura do meio político que comparou a situação ao período ditatorial. “Prender militantes do PT que estenderam a faixa “Bolsonaro genocida” em frente ao Palácio do Planalto é inaceitável. Pior ainda é enquadrar na Lei de Segurança Nacional. Já estamos numa ditadura?”, questionou.

O enquadro da LSN, no entanto, foi descartado. A informação foi dada pela advogada e deputada federal Natália Bonavides (PT-RN), que representou a defesa do grupo e usou das redes sociais pessoais para comentar o caso e o andamento na delegacia. Segundo a representante, o delegado da PF descartou o enquadramento na Lei de Segurança Nacional, os pertences foram devolvidos e os manifestantes, liberados.

“Estamos analisando medidas concretas para combater o avanço autoritário que utiliza esse entulho da ditadura que é a Lei de Segurança Nacional. O governo Bolsonaro é genocida sim! Usar LSN para impedir que isso seja dito é agir como a ditadura fez para impedir a denúncia de seus crimes”, compartilhou a parlamentar, no Twitter.

Felipe Neto

Recentemente, se movimentando em organizações de esquerda, o YouTuber Felipe Neto também comentou o caso e ofereceu à Bonavides e aos opositores suporte para a cobertura legal, caso necessário. O criador de conteúdo criou a frente de defensores para militantes “Cala Boca Já Morreu”, após ele mesmo ser intimado por críticas à presidência.

 

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