'Não autorizei distribuição de cloroquina', diz Queiroga

Sabatinado por senadores na CPI da Covid, o ministro da Saúde não respondeu se partilha do mesmo entendimento do presidente Jair Bolsonaro sobre o uso da substância em pacientes

qui, 06/05/2021 - 12:03
Jefferson Rudy/Agência Senado Marcelo Queiroga, na CPI da Covid Jefferson Rudy/Agência Senado

Em sua oitiva na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, na manhã desta quinta-feira (6), o ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse que jamais liberou a entrega de cloroquina para estados e municípios. Ele acrescentou que, diferente dos antecessores Mandetta e Teich, não sofreu pressão do presidente Jair Bolsonaro pelo 'tratamento precoce'.

Embora classifique o debate como uma "questão de natureza técnica", Queiroga preferiu não responder se partilha do mesmo entendimento do chefe do Executivo, que reiteradamente defende que pacientes tomem o medicamento sem eficácia comprovada. Em seu depoimento na terça (4), o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta disse que chegou a advertir Bolsonaro sobre os riscos cardíacos da cloroquina.

"Não recebi nenhuma orientação do presidente da República nesse sentido", frisou o atual ministro, que continuou, "eu não autorizei distribuição de cloroquina na minha gestão”. Apesar de destacar a importância da percepção técnica em relação ao remédio, o cardiologista disse que as sociedades científicas não regem a posição do Ministério da Saúde.

"O que disciplina a política pública no SUS, são as políticas públicas do SUS, não são as orientações das sociedades cientificas", apontou o gestor, que declarou que não existe protocolo oficial do uso do medicamento.

Os trabalhos desta quinta (6) seguem no período da tarde com a oitiva do diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres.

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