CPI da Covid: ex-ministros são acusados de mentir
Tanto o ex-chanceler Ernesto Araújo, quanto o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foram criticados por informações controversas em seus depoimentos
Os ex-ministros Ernesto Araújo e Eduardo Pazuello foram as testemunhas da terceira semana de depoimentos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19. Ambos foram duramente criticados por mentirem para os senadores sobre as ações do Governo Federal no combate à pandemia. Pazuello até passou mal e sua oitiva foi suspensa.
Ouvido na terça-feira (18), a participação do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo virou piada do humorista Marcelo Adnet. Araújo afirmou que sabia das cartas com propostas de vacinas da Pfizer, que sequer foram respondidas pelo Governo, e foi pressionado por distanciar o Brasil da China ao defender ofensas do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) contra o parceiro asiático.
"O senhor Ernesto Araújo não se lembra de nada do que importa, mas se lembra de questões mínimas e supérfluas e até mesmo não verdadeiras", disparou a senadora Kátia Abreu (PP-TO), que ressaltou a “memória seletiva” de Araújo.
Com aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer calado, o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, chegou à CPI sem máscara em seu depoimento na quarta (19). A conduta gerou debate, já que o militar adiou o depoimento por indicar suspeita de Covid-19.
Sua estratégia foi minimizar as próprias competências à frente do combate à pandemia e distanciar o presidente Jair Bolsonaro da gerência da Saúde. Ele foi desmentido em mais de uma oportunidade pelos senadores quando respondeu sobre a crise de oxigênio no Amazonas e o aplicativo TrateCov, que oficializava a defesa do Governo Federal de substâncias sem eficácia contra o vírus.
Em determinado momento, Pazuello alegou mal-estar e foi examinado pelo médico e senador Otto Alencar (PSD-BA), que disse que o ministro mentia até sobre a própria saúde. A oitiva foi retomada no dia seguinte (20), com o ministro chegando novamente sem máscara. A data estava agendada para a fala da ‘Capitã Cloroquina’, como é conhecida a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério, Mayra Pinheiro. Seu depoimento foi remarcado para a terça (25).
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