Youtuber é condenado por associar vacina a homossexuais

Ele recebeu uma pena de 2 a 4 anos de reclusão em regime aberto, que foi substituída por prestação de serviços à comunidade

sex, 28/01/2022 - 15:39
Pixabay Youtuber disse que vacinados contra a Covid-19 teriam código genético alterado Pixabay

O youtuber Marcelo Frazão foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) por crime de homofobia. Ele recebeu uma pena de 2 a 4 anos de reclusão em regime aberto, que foi substituída por prestação de serviços à comunidade uma hora por dia, além da indenização por dano moral coletivo de 50 salários mínimos.

Após áudio polêmico gravado por Marcelo em outubro de 2020, o Ministério Público apresentou denúncia ao TJSP alegando que o mesmo agiu de forma preconceituosa.  “O comportamento sexual, a orientação sexual e a identidade de gênero não são doenças e não podem ser provocadas por medicamentos ou cargas virais”, disse o promotor Willian Daniel Inácio na denúncia.

No áudio em questão, Marcelo afirma que quem se vacinar contra a Covid-19 terá seu código genético alterado. "Os filhos e os netos vão ter problemas graves porque ela [a vacina] vai alterar o código genético”. “Quando seu filho for ter o filho dele, ele vai nascer com problema. O menino pode deixar de ser menino, vai virar menina. A menina deixa de ser menina e vira menino”, diz o youtuber.

O promotor Willian Daniel afirma que o youtuber deu declarações transfóbicas e homofóbicas. "As mensagens de áudio e texto divulgadas pelo denunciado são homofóbicas e transfóbicas, revelando aversão odiosa à orientação sexual e à identidade de gênero de número indeterminado de pessoas, ao compará-las a doenças e ao sugerir sua ligação com questões genéticas.”

Frazão afirmou que não é homofóbico e que sua fala foi tirada de contexto, alegando que o áudio foi uma parte da aula de genética a qual se referia. Porém, o juíz Antonio Jose Papa Junior afirmou que Frazão “fazia uso de suas redes sociais para propagar notícias falsas, desestimulando as pessoas a tomarem a vacina.” Acrescentou o magistrado: “Ao contrário da fala propagada, os estudos de medicina baseada em evidências indicam que [a vacina] se trata de substância segura ao uso humano, tanto que o uso foi autorizado pela Anvisa, maior autoridade do país na matéria.”

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