Robeyoncé anuncia pré-candidatura ao Congresso

Primeira deputada trans a conquistar assento na Alepe, a parlamentar caminha ao Legislativo na intenção de se tornar deputada federal

por Vitória Silva sex, 11/03/2022 - 11:05
Reprodução/Redes sociais Robeyoncé Lima foi a segunda advogada trans do país a receber uma certidão da OAB com nome social Reprodução/Redes sociais

A co-deputada pernambucana Robeyoncé Lima (PSOL), primeira mulher trans a conquistar um assento na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), anunciou em suas redes sociais que agora é pré-candidata a deputada federal pelo partido. “É preciso ter muita coragem para dar um novo passo. Mas é preciso ser travesti, preta e nordestina para entender que já passou da hora de nossos corpos retomarem o terreiro que abriga o Congresso Nacional”, declarou a parlamentar nesta sexta-feira (11). 

O anúncio tem sido bem recebido pelos eleitores, apoiadores do mandato das Juntas Co-deputadas, do qual Robeyoncé faz parte, assim como recebeu apoio de outras figuras trans do Legislativo, como é o caso da vereadora paulistana Erika Hilton, também do PSOL. Robeyoncé também afirma que o passo mais largo foi inteiramente dialogado com as colegas de mandato e que é uma forma de levar o projeto das Juntas ao Congresso. 

“É por isso que, inquieta com a ausência de representação e provocada pelo desejo de reconstruir, radicalizar e racializar a democracia desse país, que me somarei às dezenas de travestis e transexuais e ao enorme contingente de pessoas negras que anunciarão que 2022 é ano de reintegração de posse, ano de ocupação na Câmara Federal!”, continuou a pré-candidata, que chama a possível futura bancada federal de “depuTRAVAS”.  

Em 2017, Robeyoncé Lima, uma mulher negra e travesti, se tornou a segunda advogada trans do país a receber uma certidão que garante o uso do nome social na carteira da Ordem dos Advogados do Brasil. A primeira foi Márcia Rocha, de São Paulo. Também primeira advogada trans do Norte e do Nordeste, foi pioneira na Alepe pela legenda. 

A advogada compõe o coletivo “Juntas” que se uniu em prol de uma candidatura única, visando eleger representantes das minorias sociais. Além de Lima, foram eleitas na mesma chapa a jornalista Carol Vergolino, a ambulante Jô Cavalcanti, a professora Kátia Cunha e a militante Joelma Carla. 

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