Luciana Temer revelou ter sido vítima de estupro

A filha do ex-presidente Michel Temer contou que o caso aconteceu há um ano, e que não registrou ocorrência por medo de se expor

sab, 26/03/2022 - 14:43
Heloísa Ballarini/Prefeitura de SP Presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer Heloísa Ballarini/Prefeitura de SP

A presidente do Instituto Liberta e filha do ex-presidente Michel Temer, Luciana Temer, revelou ter sido vítima de estupro durante um assalto há um ano. Ela explicou não ter registrado ocorrência por medo de se expor. 

Luciana contou que havia saído recentemente do cargo de delegada quando o caso aconteceu. "Eu já era adulta, tinha 27 anos, eu sofri um estupro em um assalto. Eu era delegada, havia saído recentemente do cargo de delegada de uma delegacia da mulher. A coisa mais natural do mundo seria eu registrar a ocorrência. E eu não registrei. Eu falava: 'Nunca vão encontrar, para que eu vou me expor?'. Como se eu ter sido vítima de uma violência sexual me expusesse". As declarações foram feitas durante entrevista à apresentadora Angélica.

Ela também contou ter relatado o estupro para o seu então marido e duas irmãs, mas que nunca quis expor o assunto publicamente. No entanto, hoje ela defende que é preciso quebrar o silêncio e falar sobre os abusos. As vítimas não podem ter vergonha da violência sofrida. 

"Eu levei muito tempo para contar isso para os meus filhos. Ficou num âmbito muito restrito, familiar. O que é uma idiotice, que não é praticada só por mim, mas por grande parte das mulheres e dos homens da sociedade". 

Adolescência

Luciana Temer relatou outra situação de violência sexual que sofreu quando era adolescente. "Eu estava voltando da escola, tinha um homem se masturbando em uma rua. Saí correndo, e não aconteceu nada. Não aconteceu nada? Eu demorei muito tempo para fazer esse trajeto sozinha de novo. Não foi só uma violência que me deixou desconfortável, é um crime previsto no Código Penal", afirmou. 

Ela analisou que as pessoas têm o costume de "passar pano" para o que pode ser considerado "mais leve", como este caso. Mas que acaba permitindo que casos mais graves aconteçam. "A gente precisa parar de ter vergonha de ter sido vítima de violência sexual. Se nós, adultos, não temos coragem de falar, como é que a gente espera que crianças falem?", questionou. 

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