Randolfe diz que abrirá notícia-crime contra Bolsonaro
Motivação da nova denúncia seria pedido de ajuda internacional à campanha do presidente brasileiro nas eleições deste ano
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) chamou de “crime de alta traição à pátria” a informação de que o presidente Jair Bolsonaro (PT) teria pedido ajuda a Joe Biden, na última quinta-feira (9), para enfrentar o pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. Ao UOL, o parlamentar adiantou que deverá entrar com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar o pedido de intervenção.
A notícia foi publicada pelo site Bloomberg e confirmada por diplomatas brasileiros. De acordo com as informações internas, Biden ignorou a questão e os líderes não voltaram a falar sobre o assunto. Nas redes sociais, Randolfe disse que “em qualquer lugar do mundo, pedir a intervenção de uma nação estrangeira em assuntos internos é crime de alta traição à pátria”.
"Darei entrada em notícia-crime sobre isso, pedindo investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF), e ao mesmo tempo cabe mais um pedido de impeachment", adiantou Randolfe ao UOL. O senador disse, também, que Bolsonaro só não será afastado porque é aliado de outros dois "traidores da nação", Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e Augusto Aras, procurador-geral da República.
O senador amapaense avalia que nesse caso fica patente que temos algo além de um traidor e vendilhão da pátria. "É um personagem que não é digno de ocupar o cargo que ocupa, nem de falar em nenhum lugar em nome do Brasil", protesta.
Repercussão
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), diz que é humilhante para o Brasil ter um presidente assim. "Despreza a soberania popular. O que está negociando o vadio Bolsonaro em troca desse apoio?", questiona ela. "É a síndrome de vira-lata elevada à enésima potência, uma vergonha ter um presidente que suplica aos americanos por um golpe".
Outro aliado de Lula, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) diz que essa iniciativa de Bolsonaro é sinal de desespero. "É algo nunca visto, esse instinto golpista", diz Renan.