Alepe concede título de cidadão ao padre Reginaldo Veloso

A concessão do título de cidadão pernambucano in memoriam, porque o padre faleceu em maio, será nesta terça-feira (9)

seg, 08/08/2022 - 13:21

A Assembleia Legislativa (Alepe) vai homenagear o padre Reginaldo Veloso com a concessão do título de cidadão de Pernambuco, in memoriam. A cerimônia será nesta terça-feira (9), às 18h. O religioso, que faleceu em maio, nasceu em Alagoas e viveu a maior parte dos seus 84 anos em no Estado, onde construiu uma história de militância sempre ao lado dos pobres e oprimidos, especialmente no Morro da Conceição, no Recife.

 A Proposta de Resolução para a entrega do título é de autoria do deputado João Paulo (PT). “Seu exemplo seguirá adiante para os moradores do morro, a classe trabalhadora, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, povos originários e todas as gentes comprometidas com a justiça social, a democracia e uma igreja alinhada aos mais pobres”, observa o deputado.

O padre Reginaldo chegou ao Recife aos 13 anos só saiu da capital no período em que morou em Roma, onde foi ordenado padre. Adepto da Teologia da Libertação, defendia uma igreja nas mãos do povo, em luta contra a opressão e a fome. Presbítero da Arquidiocese de Olinda e Recife, ele foi um dos divulgadores do documento “Eu Ouvi os Clamores do Meu Povo”, de 1973, durante a Ditadura Militar. O documento reivindicava trabalho para a multidão de desempregados da época e o atendimento de necessidades básicas, como moradia, transporte e outros direitos. Como resultado, ele foi levado para interrogatório por agentes do Dops.

O religioso foi pároco por 10 anos da Paróquia de Santa Maria, na Macaxeira, e, por 11 anos, da igreja de Nossa Senhora da Conceição, no Morro. Foi afastado depois da renúncia de Dom Helder, de quem era muito ligado.

“Tenho certeza de que gostaria de oficializar essa condição de pernambucano, pois aqui construiu sua jornada junto ao povo, como sacerdote e como militante político que enfrentou a ditadura por lutar por justiça social, sempre fidelíssimo às palavras de Cristo e aos propósitos da Teologia da Libertação, que teve no arcebispo Dom Helder Câmara, seu grande amigo, um dos principais expoentes no mundo”, afirma João Paulo.

 

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