Médico constrange pais pedindo voto para Bolsonaro

A situação foi gravada pelo obstetra durante após o parto do filho do casal

seg, 24/10/2022 - 19:29
Reprodução/Twitter Momento do nascimento do bebê Reprodução/Twitter

O médico obstetra bolsonarista identificado como Allan Henrique Fernandes Rendeiro, que atende na Maternidade do Povo, em Belém, no Pará, aparece em um vídeo coagindo uma mulher que havia acabado de dar à luz na unidade e também o seu marido, pai da criança, a voltarem no presidente Jair Bolsonaro (PL), no último sábado (22), dia que o presidente da República fez uma 'superlive'. 

“Eu sou Gael, já nasci 22. Vou votar Bolsonaro”, disse Allan, ao mostrar o bebê e fazendo voz de criança. “Deu um revertério [em mim] que eu vou começar a reclamar aqui no Hospital para diferenciar o negócio do pai. Eles botam uma roupa vermelha, o doido não veio dizer que ele vai votar no Lula? Eu digo, rapaz, tu quer que eu vá embora e nem opere ela?”, afirmou o médico, ao mostrar o pai, visivelmente constrangido. 

Em seguida, ele mostra a mãe, que ainda estava na mesa de cirurgia. “Essa daqui é a mamãe do Gael. Dia 30 ela vota..? 22. Diga. Eu vou mandar pro Bolsonaro esse vídeo porque ele tá numa live especial e o Gael nasceu abençoado”, coagiu. 

As imagens foram divulgadas pelo próprio médico nas suas redes sociais, que apagou após as primeiras repercussões negativas sobre a situação, ainda na noite do sábado. 

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De acordo com o Diário OnLine, o médico disse não saber do que se trata a acusação e mencionou informações sobre a sua carreira. “Agora a pouco verifiquei o aplicativo onde publico vídeos sobre o nascimento de crianças que tenho a felicidade de fazer o parto e pergunto aos pais se existe alguma objeção sobre publicar os vídeos. Existem centenas de vídeos publicados e não se coadunam com os dizeres a mim atribuído”, diz, em nota enviada ao veículo. 

A vereadora Lívia Duarte (PSOL) e deputada estadual eleita do Pará, afirmou ter oficiado um pedido de abertura de investigação sobre o episódio e que a conduta do médico foi “assédio e ameaça direta à integridade da paciente”. 

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