PE: PF investiga deputado estadual por corrupção eleitoral

Um dos alvos da Operação Dois Unidos é o deputado estadual Francismar Pontes (PSB)

por Jameson Ramos sex, 11/11/2022 - 11:40
Reprodução/Instagram Deputado estadual Francismar Reprodução/Instagram

Nesta sexta-feira (11), a Polícia Federal em Pernambuco cumpriu dois mandados de busca e apreensão após deflagrar a Operação Dois Unidos. A PF não divulgou os nomes dos envolvidos, mas, em reserva, uma fonte confirmou ao LeiaJá que um dos alvos é o deputado estadual Francismar Pontes (PSB). O parlamentar é suspeito de cometer crime de corrupção eleitoral.

As investigações iniciaram após viralizar nas redes sociais um vídeo que mostra eleitores reivindicando um suposto pagamento por terem votado no deputado que concorria à reeleição e conseguiu manter o cargo com 66 mil votos.

Na gravação, feita no bairro de Dois Unidos, Zona Norte do Recife, uma mulher diz que todos os anos de eleição, Francismar e os seus cabos eleitorais, principalmente um identificado como Thiago, vão nas portas das pessoas para comprar os votos. "Olha aqui, Francismar, todo mundo aqui em Dois Unidos, na casa de Thiago, querendo receber o dinheiro e nada. Todo ano é isso. Todo ano quando tem eleição a gente vem e não recebe", destaca a eleitora. 

"A gente quer os nossos direitos porque se foram atrás da gente para botar os nossos nomes na lista, foi para receber. Bora todo mundo se juntar para ir na clínica de Francismar", grita a mulher, que é acompanhada por diversos outros possíveis eleitores que aguardavam o suposto pagamento pelo voto. Além de deputado estadual, o socilista é médico cardiologista e tem um projeto chamado "Saúde nos Bairros", que oferece diversos atendimentos médicos aos moradores do Grande Recife.

O nome da operação deflagrada pela PF remete ao bairro recifense em que aconteceu a gravação. A PF destaca que, após as diligências preliminares, o local onde o vídeo foi gravado foi identificado, bem como o suposto coordenador de campanha e o deputado.

"A investigação busca obter novos elementos de prova e objetiva confirmar o modus operandi dos investigados, bem como identificar outros envolvidos", destaca a Polícia Federal. Os investigados podem pegar quatro anos de prisão, além de pagamento de multa.

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