PE: Flávia Hellen pede auxílio para órfãos de feminicídio
Vereadora da cidade do Paulista acredita no papel do Estado no suporte financeiro para crianças cujas mães foram assassinadas
A vereadora da cidade do Paulista, Flávia Hellen (PT-PE), solicitou através de um requerimento que a prefeitura do município crie um auxílio para crianças filhas de mães vítimas do crime de feminicídio. Propostas como essa já vêm sendo discutidas em âmbito nacional.
Desde o início de 2023, 43 mulheres foram assassinadas em Pernambuco, ou seja, ao menos uma é morta a cada dois dias.
A parlamentar através das suas redes sociais disse que os casos só fazem aumentar e, muitas vezes antes da fatalidade acontecer, as vítimas procuram a justiça e o poder público, porém nada acontece.
Procurada pelo LeiaJá, Flávia Hellen ressaltou que a cidade do Paulista registra anualmente muitos casos de feminicídios, e apontou falhas da rede de proteção à mulher.
"Muitas mulheres que são vítimas de feminicídio antes de serem mortas, recebem muita violência. Muitas vezes procuram a delegacia, porém demora para sair a medida protetiva. Procuram o centro de atendimento as mulheres vítimas de violência e, muitas vezes, não recebem o devido acompanhamento", pontuou a parlamentar.
Flávia reconhece como necessária a criação desse auxílio, para que os responsáveis pela tutela dessas crianças órfãs tenham suporte financeiro do estado.
“As crianças ficam órfãs, e quando não vão para o abrigo, ficam com a avó ou um parente próximo, que muitas vezes não têm condições financeiras para amparar a criança. É aí que o estado precisa chegar junto, oferecendo um auxílio aos filhos das vítimas de feminicídio. Essa é a minha solicitação, em que peço ao Poder Executivo que apresente uma política pública para esses casos”, disse a vereadora.
No dia 9 de março, a proposta da deputada Maria do Rosário (PT-RS) foi aprovada no Congresso Nacional, que cria uma pensão de um salário mínimo para crianças e adolescentes cujas mães sejam vítimas de feminicídio. Esse benefício só deve ser pago a crianças e adolescentes cujas famílias tenham renda per capita igual ou inferior a um quarto de salário mínimo, ou seja, cerca de R$ 325,00. Para entrar em vigor, o texto precisa também passar por análise, votação no Senado e, caso não sofra nenhuma alteração, dependerá da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).