Coronavírus: empresas de tecnologia se reinventam

Desafios foram impostos pela pandemia ao setor tecnológico

por Alfredo Carvalho ter, 31/03/2020 - 14:20
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Já parou para pensar o quanto a quarentena poderia ser pior se a tecnologia não existisse como aliada? Durante a crise causada pela doença viral, oficialmente conhecida por Covid-19, as pessoas se utilizam de smartphones, computadores, smart tvs, vídeo games e outros apetrechos tecnológicos que as ajudam a trabalhar, se informar, se comunicar e também a passar o tempo durante o período de resguardo.

Empresas de tecnologia já desenvolveram recursos que auxiliam no combate à pandemia, como robôs que cuidam de pacientes isolados, câmeras que conseguem analisar a temperatura corporal de um indivíduo e até aplicativos de celular que ajudam a identificar pessoas com sintomas da doença. A tecnologia também tem sido uma ferramenta importante para muitas empresas e trabalhadores, que através de práticas como “home office”, conseguem viabilizar suas atividades ou, pelo menos, minimizar os prejuízos causados pelo período de isolamento.

Ao mesmo tempo em que isso acontece, a indústria de tecnologia também tem sido afetada pelo coronavírus está sendo obrigada a se adaptar ao mesmo tempo em que fornece recursos para o mundo. Luciano Lima, proprietário e desenvolvedor da empresa de criação de jogos Vneta Games, comenta que sua empresa está utilizando recursos de home office e adotou um sistema de “versionamento” para controle de arquivos.  “Um servidor gerencia os arquivos que estão sendo usados por algum usuário”, explica.

Lima diz que a prática permitiu que os funcionários continuassem trabalhando a partir de suas casas, mas que a dinâmica ficou um pouco comprometida, já que depende de uma conexão de internet que nem sempre é estável. O empresário aponta a comunicação como um dos principais pontos prejudicados pelo home office. “Muitas coisas acabam sendo executadas com mais exatidão quando a equipe está reunida”, avalia.

O desenvolvedor de games aposta que a atual crise tende a se transformar em um tema dentro da cultura pop, com filmes, séries, animações e jogos digitais, e não descarta a possibilidade de algum dia desenvolver um game sobre a pandemia. Quebra de paradigmas O gerente de projetos da Megawork, Daniel Quintale de Jesus, afirma que a empresa não tinha o home office como método de trabalho, mas que se viu obrigada a adotar a prática. “Está sendo uma mudança de paradigmas”, afirma.

Como forma de controle, a empresa realiza we conferências entre os funcionários para saber tudo o que está sendo realizado, permitindo que a produtividade continue.  “Como é tudo muito novo, não temos indicadores para saber se o trabalho tá surtindo efeito”, conta. Para Daniel Quintale, a empresa corre riscos ao aderir a um padrão ao qual não está acostumada, pois não existe garantia de que o funcionário esteja cumprindo com o seu trabalho. Outro principal problema seria convencer o cliente a comprar um serviço online. “Muitos deles exigem reuniões e atendimentos presenciais”, afirma o gerente de projetos. Ele acredita que o simples fato de oferecer um serviço totalmente remoto já faria o cliente pedir descontos.

Por tudo isso, a possibilidade de uma empresa ser inteiramente digital ainda seria uma realidade distante. Quintale diz crer no potencial que a tecnologia tem para ajudar a superar a pandemia mas faz a ressalva de que a sociedade também deve se desenvolver. “O mundo é globalizado, temos que pensar em difundir tecnologia para que todos os povos possam ter as mesmas oportunidades, precisamos obter resultados em conjunto”, declara.

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