Arquivos do Whatsapp poderão sumir após 1ª visualização
A medida desagradou grupos de defesa da criança, para os quais haverá facilitação de troca de conteúdos ilícitos ligados ao abuso sexual infantil
O Whatsapp permitirá que imagens e vídeos enviados por seus usuários desapareçam depois de visualizados pela primeira vez. De acordo com a empresa, a nova função visa melhorar a privacidade da ferramenta, bem como diminuir a quantidade de arquivos armazenados nos dispositivos. Apesar disso, a medida desagradou grupos de defesa da criança, para os quais haverá facilitação de troca de conteúdos ilícitos ligados ao abuso sexual infantil.
A ONG britânica Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra Crianças (NSPCC, na sigla em inglês) já havia se posicionado publicamente contra o uso de mensagens criptografadas. A instituição frisou que dispositivos apreendidos pela polícia, por exemplo, poderiam deixar de conter evidências de delitos.
"Esse recurso de visualização pode colocar as crianças em risco ainda maior, dando aos criminosos outra ferramenta para evitar a detecção e apagar as evidências, quando os esforços para combater o abuso sexual infantil já são dificultados pela criptografia de ponta a ponta", declarou um representante da NSPCC.
O Whatsapp se defende afirmando que “nem tudo que compartilhamos precisa se tornar um registro digital permanente". "Em muitos telefones, apenas tirar uma foto significa que ocupará espaço no rolo da câmera para sempre”, coloca a empresa.
Os arquivos que forem desaparecer poderão ser identificados porque sua visualização ficará oculta, acompanhada de um ícone grande com o número “1”. Será possível, contudo, fazer uma captura de tela do conteúdo instantâneo quando ele for aberto.
As fotos enviadas com a funcionalidade não ficarão salvas automaticamente na galeria do celular, nem poderão ser encaminhadas, salvas, compartilhadas ou favoritadas. Além disso, o arquivo com a restrição irá expirar em duas semanas caso não seja aberto.