Docentes grevistas ficam divididos em assembleia desta 4ª

Alguns professores pedem o fim da greve

por Samara Loppes qua, 08/08/2012 - 20:53
Emmanuel Wagner/LeiaJáImagens A proposta de finalizar a greve não foi bem recebida pelos docentes Emmanuel Wagner/LeiaJáImagens

Com a proposta de avaliar nacionalmente a greve dos professores e a posição do governo em relação à greve foi realizada, na tarde desta quarta-feira (8), mais uma assembleia geral no auditório da Adufepe, localizado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O evento reuniu cerca de 100 docentes, que se encontram com atividades paralisadas há 82 dias.

Considerada pelo presidente da Adufepe, José Luiz, como “a primeira assembleia durante a greve em que surgem divergências”, a ocasião foi marcada pela divisão de grupos e ideias. De um lado, a maioria dos professores apoiavam a continuação da greve, já do outro, um grupo liderado pelo professor Ricardo Prudência (ao lado), pedia indicação para término do movimento. “Nós queremos acabar com a greve porque já deu o que tinha que dar. Não somos os primeiros, temos outros grupos de professores em muitas universidades que querem o fim da greve, mas não tem voz dentro das assembleias e estamos lutando para tê-la”, explica Ricardo, "a proposta do governo não é perfeita, mas o tempo que vai demorar para ajustá-la às nossas reivindicações. Temos que voltar a dar aula, ao mesmo tempo que a proposta vai se modificando. Já ganhamos o que queríamos ganhar”, pontuou.

Com 89 votos contra, o grupo de professores que desejam voltar às atividades e aceitar a proposta do governo não conseguiu encaixar a indicação na pauta da próxima assembleia, mas ainda pode solicitá-la para outros encontros entre o comando local de greve.

Os docentes que votaram contra o grupo explicam que não podem deixar quase três meses de luta por nada. De acordo com o professor Airton Castro (abaixo), para poder acabar com a greve seria preciso que as universidades tivessem votado à favor da proposta do governo, e não foi isso que aconteceu. "Como podemos terminar uma greve se não recebemos uma proposta fiel às nossas reivindicações?", questionava.

Depois da votação, os professores finalizaram a assembleia e cerca de 30 deles seguiram até a reitoria da universidade para conversar com o reitor da instituição, Anísio Brasileiro. "O intuito de irmos até a reitoria é pressionar o reitor sobre nossas reivindicações", acrescenta o professor Paulo de Barros.

Na reitoria, Anísio Brasileiro recebeu os docentes em clima descontraído, perguntando pelos profissionais que não estavam no momento. Em seguida, o presidente da Adufepe, José Luiz, informou sobre as atividades do dia e sobre as divergências na reunião, mas fez questão de comunicar a Anísio “que ele e a maioria dos professores saíram mais fortalecidos do encontro para lutar pelas suas reivindicações”.

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