O mercado promissor da engenharia de alimentos

Considerada como profissão do futuro, a engenharia de alimentos tem um mercado amplo no Brasil com ênfase no Estado de Pernambuco, que vive um momento de crescimento no País

qua, 08/08/2012 - 00:00
Reprodução/Agência de notícias do Acre

A grande procura pelos cursos de engenharia nos últimos anos revelou a necessidade de formar profissionais capacitados e o mercado promissor que eles encontrariam pela frente. Com a grande demanda de estudantes foram surgindo, além da engenharia civil, outros segmentos da mesma natureza exata, como os cursos de engenharia química, de produção e cartográfica.

Mas os estudantes agora podem contar com a graduação de engenharia de alimentos, que pode ser considerada como uma ‘novidade’ em Pernambuco e é oferecida, de forma pioneira, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Centro Universitário UNINASSAU e pela Faculdade Boa Viagem (FBV) - nenhuma das instituições chegou a formar a primeira turma do Estado.

Sobre o curso, o coordenador de engenharia de alimentos da FBV explica que a oferta do curso faz parte de uma grande pesquisa de mercado. “O que nós percebemos é que em Pernambuco estão chegando muitas empresas alimentícias, que contratam pessoas de fora para trabalhar porque não encontram aqui e nós precisamos qualificar pessoas para preencherem essas vagas. Essa é a nossa proposta”, afirmou o coordenador.

O curso é oferecido na instituição por um período de cinco anos. Entre as cadeiras principais estão bromatologia, análise sensorial e tecnologia de alimentos. Mas Ronaldo alerta que “para fazer o curso é necessário gostar muito das disciplinas de química e biologia”.

A engenharia de alimentos é um curso extraído da engenharia química, que foca apenas no setor alimentício. Os profissionais trabalham com industrialização de alimentos, desde a produção, fabricação, conservação, armazenamento, transporte e comercialização dos produtos.

No quesito opções de trabalho, o coordenador do curso conta que são muitas as opções que os engenheiros de alimentos encontram pela frente. “Os profissionais podem trabalhar em empresas alimentícias, cachaçarias, frigoríficos, laboratórios de análise e controle de alimentos e indústrias de embalagens. Além de seguir carreira acadêmica”, opinou.

Segundo o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE), o engenheiro de alimentos, assim como qualquer profissional dessa classe, por determinação de uma lei estadual, deve receber por seis horas trabalhadas ao dia seis salários mínimos e por oito horas trabalhadas por dia, oito salários mínimos e meio.

O estudante Marcos Araújo, 22, ingressou agora no curso da FBV, está no 1° período, mas do setor de alimentos ele é um velho conhecido. “Eu já trabalho em uma empresa alimentícia, sou inspetor de qualidade na Vitarella e vi no curso uma ótima oportunidade de qualificação para casar com a minha experiência no mercado. Como é a Vitarella que está me ofertando a bolsa de estudos, eu percebo que é um investimento que vai me fazer crescer dentro do próprio local de trabalho”, conta Marcos.

Ronaldo Campos também acrescenta que o estudante formado no curso não vai achar concorrência ao procurar um emprego. “Como não temos ainda profissionais formados, quando os estudantes saírem da faculdade para buscar um emprego não irão encontrar competições no ramo, mas sim muitas oportunidades de escolher qual a empresa que mais se encaixa com seu perfil e trabalhar esses planos futuros”, comenta.

O coordenador também conta que a ausência desses profissionais causam a falta de informação sobre alimentos para a população. "Nós vamos no supermercado comprar óleo de cozinha e a maioria da população não percebe que todos os óleos são de uma mesma indústria e o que mudam são apenas os rótulos e preços. Essa falta de esclarecimento é o reflexo dos poucos engenheiros de alimentos que temos no cenário brasileiro, por isso é preciso investir na categoria", alerta.

Nutrição x Engenharia de Alimentos x Engenharia de Produção



"As pessoas confudem muito o curso de engenharia de alimentos com nutrição e engenharia de produção, para isso não acontecer é bom deixar claro que nutrição trabalha com estudos sobre a propriedade dos alimentos e a interação deles com o ser humano. Já o engenheiro de produção pode trabalhar em qualquer ramo da engenharia, sendo o dever dele olhar um processo e saber otimizá-lo", esclarece Ronaldo.

COMENTÁRIOS dos leitores