Professores formam quadrilha para fraudar concurso da PM

Diretor de um curso preparatório para certames seria o líder do grupo de 14 pessoas presas por tentativa de fraude ao concurso realizado neste domingo (29)

por Camilla de Assis ter, 31/05/2016 - 11:39

A tentativa de fraude no concurso da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) culminou com a prisão de 14 pessoas envolvidas. Uma organização criminosa composta por um diretor de um curso preparatório para certames e professores de cursinhos foi desarticulada nesse último domingo (29), durante a realização da prova. A quadrilha agia efetuando o repasse de gabaritos por meio de ponto eletrônico.

Segundo o delegado responsável pelo caso, João Gustavo Godoy, da delegacia do Cordeiro, os professores se inscreveram para realizar o certame e faziam as provas de sua especialidade para, em seguida, repassar o gabarito a quem comprou. Apesar da tentativa, eles foram interceptadas ao término das questões. "Os professores foram pegos, após terminarem a prova, nos corredores dos locais de prova. Não houve atrapalho para os demais concorrentes", disse o delegado.

Os candidatos recebiam o gabarito feito pelos docentes por meio de ponto eletrônico. Os 12 concorrentes presos entraram com celular, disfarçados de cartão de crédito e caixa de chicletes, é um aparelho eletrônico na orelha, que servia para atender as ligações e ouvir as respostas. De acordo com a Polícia, o responsável pela ação fraudulenta era Ricardo Correia, que é diretor de um cursinho localizado no bairro do Ibura. A ele, os candidatos que queriam fraudar a seleção pagavam uma quantia que variava de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil referente ao investimento no equipamento eletrônico. "Se aprovados, os participantes ainda iriam pedir um empréstimo consignado no valor de R$ 30 mil para pagar pela fraude", completou Godoy.

Segundo o coordenador da banca organizadora do concurso, Gledstone Emerenciano, o certame para o preenchimento de 1,5 mil vagas para soldado da PMPE não será anulado. "Houve um trabalho exemplar da polícia que permitiu que o gabarito oficial não vazasse. Então, não há necessidade de anulação", explicou.

O esquema de fraude não foi realizado somente no certame da PMPE. Segundo o delegado João Gustavo Godoy, o ponto eletrônico também foi utilizado no concurso da Prefeitura de Carpina, realizado um dia anterior do certame da PM. 

Os presos são compostos por, além dos candidatos, o diretor do cursinho - que o delegado não quis identificar - e uma pessoa que o ajudava a repassar as informações. Um dos participantes do certame que tentou fraudar a seleção, Bruno Henrique Sena, era procurado por homicídio e já fraudou um concurso realizado em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco. Somando as acusações de estelionato, associação criminosa e fraude em certame de interesse público, cada um pode pegar mais de dez anos de prisão. O sogro de Bruno também foi preso, com relação indireta ao concurso, por porte ilegal de arma de fogo.

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