Sobe percentual de empreendedoras 'chefes de domicílio'

Pesquisa do Sebrae aponta também, no entanto, que as donas de negócios continuam ganhando menos que os empresários

por Nathan Santos qui, 08/03/2018 - 09:01
Pixabay Há mais de 9 milhões de empreendedoras no Brasil Pixabay

O percentual de mulheres empreendedoras que se tornaram “chefes de domicílio” passou de 38% para 45%. A conclusão é do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

“Com o avanço, a atividade empreendedora passou a conferir às donas de negócio a principal posição em casa, superando o percentual de mulheres na condição de cônjuje (situação verificada quando a principal renda familiar provém do marido)”, explica o Sebrae.

Ainda segundo o levantamento, as mulheres, em sua maioria, empreendem pela necessidade de ter outra fonte de renda ou em busca da independência financeira. Atualmente, há mais de 9 milhões de empreendedoras; elas representam 34% dos donos de negócios formais e informais no país.

Quando falamos especificamente de Microempreendedores Individuais (MEI), as mulheres representam 48% do total. Os principais segmentos ocupados por elas são beleza, moda e alimentação; a maioria dos empreendimentos é sediada nas próprias residências.  

Outro lado

A pesquisa do Sebrae também apresenta um ponto preocupante. As mulheres ainda continuam ganhando menos que os homens, fato que se repete desde 2015, conforme informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).    

“Em 2018, os donos de negócio do sexo masculino tiveram um rendimento mensal médio de R$ 2.344, enquanto que o rendimento das mulheres ficou em R$ 1.831.  A desvantagem para as empresárias também é significativa quando se trata de acesso a crédito e linhas de financiamento. As mulheres empresárias acessam um valor médio de empréstimos de aproximadamente R$ 13 mil a menos que a média liberada aos homens. Apesar disso, elas pagam taxas de juros 3,5 pontos percentuais acima do sexo masculino.  Nesse aspecto, nem os índices de inadimplência mais baixos, verificados entre as pagadoras do sexo feminino, foram suficientes para gerar uma redução dos juros. Enquanto 3,7% das mulheres são inadimplentes, os homens apresentam um indicador de 4,2%”, detalha o Sebrae.

COMENTÁRIOS dos leitores