Alunos alegam falta de estrutura na competição de Robótica

Equipe de estudantes que competiam na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) diz que não recebeu apoio da escola para a execução da prova prática

por Francine Nascimento sex, 06/09/2019 - 10:20
Cortesia Alunos afirmam que falta de estrutura prejudicou participação na olimpíada de robótica Cortesia

Uma equipe de três alunos do 1º ano do ensino médio que disputou a etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) em Pernambuco, no último domingo (1º), não foi classificada para a fase nacional da competição. O grupo alega falta de estrutura e assistência da Escola de Referência em Ensino Médio Clóvis Beviláqua, a qual eles estavam representando. O caso foi divulgado por um dos alunos por meio de uma rede social.

Segundo um dos componentes do trio, Flávio Vasconcelos, 17, os equipamentos necessários para que os jovens pudessem competir não estavam funcionando corretamente. O robô, principal mecanismo para a prova prática havia quebrado, provocando atraso na preparação para a olimpíada. O jovem diz que a direção do colégio estava ciente dos problemas técnicos, contudo, não foi dado o apoio necessário aos competidores. "Os robôs que a escola tem, a maioria estão quebrados. E os outros não estão funcionando como deveriam. A escola não demonstrou apoio pra gente", afirma o estudante.

Ainda segundo Flávio, foi preciso que os meninos conseguissem um robô emprestado para levar ao evento, mas que também estava com defeito. Flávio garante que se não fosse por esse empecilho, o grupo teria sido classificado para representar Pernambuco na final da olimpíada.

A gestão da escola Clóvis Beviláqua, localizada na Zona Norte do Recife, por sua vez, diz que houve um equívoco na comunicação. Pois, de acordo com o colégio, a direção não estava sabendo das dificuldades com os aparelhos e não foi procurada para dar uma solução.

Sobre a estrutura, uma representante da escola que pediu para não ser identificada disse ao LeiaJá que a falta de adequação à robótica existe porque a disciplina funciona nas escolas estaduais como matérias eletivas, ou seja, não fazem parte da grade curricular comum dos estudantes. No caso da robótica, é ofertada de seis em seis meses dentro das condições da escola. "Aqui nós temos uns kits que foram recebidos há 10 anos, portanto são materiais que estão obsoletos. Mas, mesmo assim, um professor responsável por essa questão de robótica sempre fica à frente das eletivas, com muito sacrifício, mas consegue fazer. Um dia antes da competição estava tudo certo, mas as máquinas falharam" informa.

Procurada pelo LeiaJá, a Secretaria estadual de Educação e Esportes também afirma que a escola não foi comunicada sobre as dificuldades de utilização dos materiais para a elaboração dos projetos de robótica. Leia a íntegra da nota:

A Secretaria de Educação e Esportes esclarece que oferece robótica como um conteúdo aplicado às disciplinas de Física e Matemática, estimulando a vivência da temática através de desafios de programação e elaboração de projetos que coloquem em prática todo o aprendizado em sala de aula de forma interdisciplinar. Em relação ao grupo de estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Clóvis Beviláqua, localizada no bairro do Hipódromo, o órgão informa que, no período que antecedeu as competições da Olimpíada Brasileira de Robótica, realizadas no último final de semana, a gestão da escola não foi notificada sobre problemas com os itens que compõem o material utilizado na produção dos projetos de robótica”.

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