História no Enem: mais interpretativa do que conteudista

De acordo com o professor Gustavo Bonfim, a avaliação da disciplina forçou o aluno a dialogar mais com o texto base de cada questão

por Marília Parente dom, 03/11/2019 - 21:58

Na tarde deste domingo (3), cerca de 3,9 milhões de pessoas se submeteram ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 10.133 locais de 1.727 municípios brasileiros. Em um ano cheio de polêmicas envolvendo o Ministério da Educação (MEC), a aguardada prova de história foi mais interpretativa do que conteudista. É o que defende o professor Gustavo Bonfim, para quem o aluno foi obrigado a interpretar os textos base para responder às perguntas.

“Foi muito importante para o aluno ir para a prova com essa carga de interpretação, porque, se ele foi, com certeza se deu bem”, comenta Bonfim. Segundo o professor, o Enem voltou a cobrar assuntos recorrentes tanto em história geral quanto em história do brasil, a exemplo de antiguidade clássica, totalitarismo, idade média, revolução industrial, o Brasil império e o período da república. “Também pudemos perceber questões que envolviam o combate à intolerância contra religiões de matriz africana e outras sobre refugiados”, continua.

Assunto esperado, a Era Vargas não foi cobrada pelo exame. Durante a coletiva de imprensa promovida pelo MEC após o fim das provas, o ministro Abrahim Weintraub chegou a afirmar que “a ditadura é uma discussão que a gente não caminha para nenhum lugar”, garantindo ainda que não participou da escolha das questões.

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