Professores de Recife denunciam desvio de função

Segundo Simpere, professores da Rede Municipal de Ensino estariam dando aulas de disciplinas para as quais não são capacitados

por Maya Santos qui, 06/02/2020 - 18:15
Rafael Mello/Assessoria de Comunicação Simpere Professores exigem explicação da Seduc sobre mudanças na pasta Rafael Mello/Assessoria de Comunicação Simpere

A Secretaria de Educação de Pernambuco (Seduc-PE), recebeu, na última quarta-feira (4), uma comissão de 16 professores do ensino integral e formadores da rede pública do Recife. O motivo seriam as mudanças no planejamento letivo que, segundo eles, desde janeiro vem sofrendo alterações e sobrecarrega os docentes.

As alterações na pasta, segundo o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), realizadas pela Prefeitura do Recife, provoca desvio de função, como, por exemplo, profissionais formados em uma disciplina darem aulas de outras matérias. As mudanças também reduzem a jornada de planejamento de aulas, correção de provas e organização interna. 

Em entrevista ao LeiaJá, o diretor do Simpere, Igor Andrade, explica a versão do docentes. [Isso aconteceu] de forma arbitrária, sem comunicação prévia, sem avisar. Deslocaram 15 professores que trabalhavam nessas escolas para outro tipo de unidade escolar da rede. Então, eles tiveram que do nada, agora em janeiro, se realocar em outras escolas. Sem muita opção de escolha, inclusive”, enfatizou.

Nas propostas feitas pela Prefeitura, de acordo com o Sindicato, estão inclusas a retiradas das formações dos professores, que atualmente são realizadas no Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire (CFEPPF), localizada na Madalena, bairro da Zona Oeste da capital pernambucana. A sugestão da gestão municipal é realizar as formações nas próprias escolas, com isso, a troca de experiências e práticas em sala de aula não ocorreriam. Os educadores reivindicam que as formações sejam realizadas no CFEPPF.

A equipe de professores formadores, também reivindica que o quadro de formadores seja ampliado para que tenha melhor aproveitamento durante os momentos de formação. A ação recebeu apoio de mães das comunidades atingidas pelas mudanças, fomentando a importância da cobrança feita pelos profissionais.

Seduc

Segundo informações obtidas pela reportagem, dos 50 professores que foram para o Seduc, somente 16 foram atendidos após algumas horas de negociação através da Guarda Municipal, que foi acionada pela secretaria. O grupo ainda teria conseguido uma reunião para realizar as negociações para melhoria das condições de trabalho.

O Seduc disse ao LeiaJá que não confirmou a reunião para as negociações que seriam no final da tarde, desta quinta-feira (6). Segundo nota, emitida pela pasta, a reunião foi agendada para o dia 21 de janeiro. Além disso, a secretaria ainda reforçou que o encontro contará com quantidade maior de profissionais para esclarecer as dúvidas.  “A gestão frisa que não houve aumento de carga horária e nem desvio de função. Todos os professores estão exercendo a função para a qual estabelece seus contratos”, pontua nota.

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