Para além da festa, Carnaval também é sinônimo de negócio
Em 2023, o Carnaval retorna para a alegria dos brincantes e empreendedores
Após dois anos sem a realização do Carnaval, devido à pandemia da Covid-19, os festejos de Momo estão de volta para a alegria dos brincantes e empreendedores. Com o retorno do clima de normalidade, comerciantes apostaram na festa e disponibilizam itens que vão desde brincos até fantasias sob encomenda.
O "Carnaval do Sonhos" não é só o tema dos festejos na cidade de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, mas também temática da coleção das amigas Nilza Lima e Sabrina Felix donas, respectivamente, da Verdin Brechó e Mão Afetiva que funcionam de forma on-line e têm o ateliê situado na comunidade do Coque, na Ilha de Joana Bezerra, onde moram.
"É o primeiro Carnaval da 'Verdin' enquanto brechó e um brechó especializado em uma arte, porque, até então, era só um brechó. Comecei com a ideia de produzir, fazer arte e dar uma ressignificação as coisas para além da curadoria. Pensei no que fazer, o que poderia ser o diferencial das outras lojas, algo que eu poderia me sobressair", diz Nilza à reportagem
Com as atenções voltadas para a moda sustentável e nas tendências para este Carnaval, a empreendedora apostou no tie dye no tule. "Percebi que a tendência desse Carnaval é [tecido] tule, um look bem passista', explica. Nilza conta que o planejamento para a festa começou em dezembro de 2022, mas nem todas as ideias puderam ser executadas. "Tive algumas ideias para o Carnaval que eu não consegui por em prática. Mas, a que que eu consegui, eu tô (sic) feliz dentro das minhas possibilidades, da minha realidade".
Este também é o primeiro primeiro Carnaval da 'Mão Afetiva', que nasceu durante a pandemia. "Eu fiquei desempregada e, com o dinheiro do auxílio, iniciei a organizar as coisas, trabalhar com criatividade", conta Sabrina. Com a máquina de costura deixada pela mãe, que foi morar no Rio de Janeiro, ela começou a costurar e, assim, surgiu o 'Mão Afetiva'.
A missão de desenvolver peças para os festejos de Momo começou em janeiro deste ano. "Peguei todo o dinheiro que eu tinha e investi nessa coleção. Eu fiquei com medo de não ter o retorno, mas estou vendendo bem", comenta. Entre os produtos comercializados pela empreendedora estão croppeds, hot pants, tiaras e ombreiras, acessório que está em alta em 2023. Os preços das peças, de acordo com Sabrina, variam entre R$ 20 e R$ 89.
Como a maioria dos empreendedores, Nilza e Sabrina fazem tudo sozinhas. Elas são responsável pela criação e montagem das peças, precificação, postagens para a rede social e organização da logística das entregas dos produtos. Apesar de já estipulada a data para o encerramento de encomendas, elas salinentam que, a depender do produto, podem estender o prazo até sexta. "Depois disso, não. Eu também vou me divertir e vou vender outros produtos durante o Carnaval", frisa Nilza.
Vai ser de última hora
A vendedora Mari Ferreira. Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens
A vendedora Mari Ferreira conta que a venda de fantasias ainda está tímida. "Acredito que quando chegar mais perto do Carnaval, vai aumentar. A gente sabe que brasileiro deixa muita coisa para última hora", brinca. À reportagem, ele aponta que as fantasias infantis são as que tem mais vendas, principalmente as de heróis, princesas e personagens de filmes.
A comerciária cita que a mercadoria não teve maior diversificação porque muitos fornecedores deixaram de fabricar. "Fantasias masculinas são poucas, as que temos são de anos anteriores. Temos mais [fantasias] de criança", menciona. Ao LeiaJá, Mari Ferreira disse que está otimista, mas esperava que, devido aos anos sem Carnaval, as vendas fossem maiores.