A cultura de rua em evidência

Quinta edição do Encontro do Esporte do Mangue lotou o Parque Dona Lindu

dom, 04/03/2012 - 13:41
Marionaldo Junior/LeiaJá Imagens Pista de skate do parque serviu para competição entre os presentes Marionaldo Junior/LeiaJá Imagens

Uma verdadeira celebração à cultura de rua e à juventude. Durante três dias, o 5º Encontro do Esporte do Mangue reuniu no Parque Dona Lindu diversas manifestações, do hip hop ao breaking e do skate ao grafitti. Capoeiristas, skatistas, b-boys e b-girls puderam mostrar um pouco de sua arte ao som de muita black music no evento, que encerrou suas apresentações  neste sábado (3).

O último dia contou com a participação de oito bandas, incluindo o precursor da cultura hip hop no Brasil, o pernambucano radicado em São Paulo Nelson Triunfo com sua banda, a Funk Cia, além de uma das maiores revelações brasileiras do gênero nos últimos anos, o paulista Emicida. Uma roda de diálogos abriu as atividades da tarde, com participação do Secretário da Juventude, Eduardo Granja, junto a Nelson Triunfo e ao rapper convidado. Nela, os participantes puderam trocar um pouco mais de suas experiências junto ao público, que também participou com perguntas.

“Abrimos um canal grande de diálogo, criando um ambiente agregador para o jovem também participar, fazendo suas propostas e ideias valerem dentro do planejamento da cidade”, comentou o secretário. Segundo ele, a proposta das bandas participantes desta edição é de que saia o terceiro cd do projeto. “O primeiro disco demandado foi um duplo, com 48 bandas. O segundo já foi um triplo, com 72. É uma boa oportunidade para divulgar bandas que não tem tanto espaço na mídia”, explicou.

Seis bandas participaram do evento, antes das principais atrações - Nelson Triunfo e Emicida. Gamb Garage, Chão Céu, Raciocínio Suburbano, Yabbas, Procurados e Banda Víruz. Natural de Triunfo, interior pernambucano, Nelson foi um dos precursores do hip hop nacional, responsável por trazer a breakdancing para o Brasil. Uma vez por ano no Recife, Nelson reconhece o valor de se reunir diversas tribos, e aposta numa tendência à diminuição da violência entre os jovens do País. "Essa é uma experiência que se repete em vários lugares que eu ando nesse Brasil. O Esporte do Mangue tem uma concepção mais ampla, que envolve não só o hip hop, mas diversos outros estilos. E isso é muito importante, tem um público grande de jovens que curte, que sente prazer nesse tipo de atividade", comentou.

Oriundo das batalhas de MC's de São Paulo, Emicida é um dos expoentes do hip hop nacional. Em sua segunda estadia na cidade em menos de dois meses, o rapper revela que tem uma história com Olinda e Recife. "A primeira vez que saí do meu Estado foi para vir ao Recife. Sou desenhista e grafiteiro e trabalhei num atelier de artesanato. Na ocasião, participei de um concurso de história em quadrinhos promovido pelo governo de São Paulo, assim sem nenhuma pretensão, mas acabei ganhando porque fiz uma história sobre a origem do rap. O prêmio foi vir ao Recife passar cinco dias num hotel de luxo. Passei os cinco dias de patrão", relembra o rapper, que fechou a noite com uma apresentação gratuita no pavilhão externo do parque.

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