Limite entre arte e pornografia abre o Cena CumpliCidades

Espetáculo 'Corpornô', da companhia Dita (CE), é encenado nesta quinta (30), às 20h

por Carlos Silvio qua, 29/10/2014 - 10:06
Val Lima/Divulgação Instruções para o Colapso, do paulista Coletivo Cartográfico, é apresentado no sábado na Praça do Diário Val Lima/Divulgação

A próxima quinta-feira (30) marca a abertura da quinta edição do Cena Cumplicidades, festival que até o dia 9 de novembro traz 38 apresentações de teatro, dança, música e performances no Recife e em Olinda. São sete artistas internacionais, nove pernambucanos e oito de outros Estados do Brasil. Exposições e oficinas também fazem parte da programação.

A utilização de praças e locais público para espetáculos é uma das opções do festival, que ocupa o Sítio Histórico de Olinda com montagens que dialogam com a cidade. As apresentações acontecem no Alto da Sé, Praça de São Pedro e Mercado da Ribeira. No Recife, os espetáculos acontecem na Praça do Diário e nos teatros de Santa Isabel, Marco Camarotti, Barreto Júnior e Hermilo Borba Filho.

O festival ganha as ruas em outras proporções: o Cena fez um levantamento dos espaços artísticos da Cidade Alta de Olinda e convidou 23 deles para participar da ação Portas Abertas, pontos parceiros que promovem oficinas, exposições e atividades durante o evento. “As residências artísticas e a construção coletiva do  festival é o diferencial. Vive-se o Cena durante o ano inteiro, na experiência vívida do seu conceito, na garimpagem curatorial e acompamento do trabalho artístico local e de outros estados e países. Aos convidados é dado o sentido de parceria e colaboração, e aos parceiros, o verdadeiro sentido de cúmplices artísticos”, afirma Viviane Bezerra, produtora do festival.

Abertura e programação

A linha que divide a arte e o pornô é questionado no espetáculo Corpornô, da companhia Dita (CE), responsável por abrir o evento. A apresentação acontece na quinta-feira (30) e na sexta-feira (31), no Teatro Hermilo Borba Filho, às 20h. A classificação é de 18 anos. Na sexta, as artes plásticas se fazem presentes no evento com o Arte e Serenata, evento que reúne música e pintura na calçada, além de apresentação de mamulengos.

Já no sábado, a programação do festival começa com o espetáculo Instruções para o Colapso, do paulista Coletivo Cartográfico, às 11h na Praça do Diário. A trabalho foi especialmente criado para a rua, investigando a fronteira entre a dança e a performance. À noite, o Hermilo Borba Filho recebe dois espetáculos seguidos, que podem ser assistidos com o mesmo ingresso: Regarde-Moi encore, produção Senegal/França, que traz um estudo real sobre mulheres africanas e também uma homenagem. Na mesma noite o público confere Vertigem, que fala de realidades distintas de um mundo estilhaçado, que se comunicam e cruzam.

O Hermilo Borba Filho recebe no domingo, às 18h, a reapresentação de Regarde-Moi encore, seguida por Diafragma: dispositivo versão beta, que mistura dança e performance dentro de um manifesto a tecnologias obsoletas. Às 20h, o palco do Teatro Barreto Júnior recebe um dos destaques do festival, o espetáculo Singspiele, com concepção de Maguy Marin (mãe) e performance de David Mambouch (filho), artistas conceituados, que trazem em seu espetáculo personagens anônimos que captam a atenção com a estranheza.

Conversa

Em parceria com o Festival de Circo do Brasil, o Cena CumpliCidades promove na segunda-feira (3), a mesa Interseção de Dança e Circo, com a participação de Arnaldo Siqueira, Antônio C. Nóbrega, Valéria Martins (ex-Intrépida Trupe-RJ), e um artista francês convidado.

O Teatro Santa Isabel recebe à noite o espetáculo francês My Pogo, com concepção de Fabrice Ramalingom. O trabalha se inspira na dança dos punks nas décadas de 1970 e 80, trazendo o choque brutal e desordenado de corpos, se encontrando na dança. Os ingresssos para apresentações em teatro custam R$ 20 e R$ 10 (meia entrada).

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