Falta originalidade em 'Sobrenatural – A Origem'

Terceiro capítulo da franquia de horror tenta emular bons momentos dos exemplares anteriores mas soa “fácil” e desinteressante

qui, 30/07/2015 - 18:05
Divulgação Cena de Sobrenatural - A Origem Divulgação

Poderia ser uma película relevante, com pistas contundentes acerca da mitologia introduzida por Sobrenatural e desenvolvida em Sobrenatural: Capítulo 2. Mas a verdade é que não há muito o que se contar no roteiro de Sobrenatural – A Origem, que entrou em cartaz nesta quinta (30) no Brasil.

Algum tempo antes dos fatos que assombraram a família Lambert, a jovem Quinn Brenner (Stefanie Scott) vai à procura da médium Elise (Lin Shaye, de volta ao papel) a fim de ter contato com sua falecida mãe. Relutante, Elise se apieda da moça e resolve tornar a buscar o mundo espiritual, atividade da qual supostamente havia desistido. O início da projeção adota um ritmo mais lento e tenta amparar-se nos diálogos que evocam o drama familiar e os traumas do passado de Elise, que acabam se tornando, aqui, peça chave do filme.

O problema é que o roteiro engendrado por Leigh Whanell, também diretor do filme (sob as bênçãos do padrinho James Wan, com o qual trabalhou nos capítulos anteriores), carece de novas ideias: ruídos na tubulação de ar, fantasma embaixo da cama e objetos que se movem sozinhos são apenas alguns dos lugares comuns da narrativa que ainda se dá ao luxo de contar com personagens sem nenhuma expressão - a exemplo de mais um pai incrédulo, dessa vez vivido por Delmot Mulroney, e da própria Quinn, protagonista que cria pouca ou nenhuma empatia durante a projeção.

Tecnicamente, o abismo entre Wan e Whannel é notório e a comparação torna-se inevitável, na medida em que o segundo tenta emular algumas das principais propostas visuais do primeiro, como o arrojo na elaboração dos enquadramentos e movimentos de câmera. Mas falha em copiar preguiçosamente seus recursos, soando vazio, fácil e desinteressante.

Se não fosse o carisma de Elise, que volta a encontrar os atrapalhados Tucker (Angus Sampson) e Specs (papel de Whannell desde o primeiro filme), difícil seria seguir com esse “pseudo-prequel” até seus créditos finais. Até a trilha sonora de Joseph Bishara (os violinos estridentes) é má utilizada, servindo apenas para cobrir a falta de tensão na obra.

“Nada de novo no front”, diria o grupo Ave Sangria sobre Sobrenatural – A Origem. Sobra a certeza da gana de produtores e produtoras, no comando de sequências que “se esforçam” para propiciar sustos fáceis, mas não possuem, em si mesmas, razão de existir.

AVALIAÇÃO: RUIM

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