Feliz Lusitânia, ponto alto do turismo histórico em Belém

No primeiro bairro da cidade, complexo turístico reúne prédios e igrejas centenários e museus de nível internacional, numa mistura entre presente e passado

qua, 23/03/2016 - 17:05

Belém é uma cidade repleta de belezas e particularidades que a tornam um ambiente exótico e atrativo. Entre seus recantos de mangueiras, povo hospitaleiro e culinária única, escondem-se atrações em forma de casarões centenários, vias de ladrilhos e arte herdada de períodos que remetem à época colonial e à Belle Époque. O primeiro bairro, a Cidade Velha, comporta o conjunto de símbolos mais significativo para a história da capital: o Complexo Feliz Lusitânia.

Formado por uma série de museus e a praça Frei Caetano Brandão, o complexo atrai não somente turistas, mas atiça também a curiosidade dos habitantes de Belém que buscam pela memória da cidade.

O Museu de Arte Sacra, composto pela Igreja de Santo Alexandre e o antigo palácio episcopal tem sua construção em estilo barroco e destaca peças de arte moldadas pelos próprios jesuítas e pelos índios no período da construção, que começou por volta da segunda metade do século XVII, sendo inaugurado somente em 1719.



"A igreja é um expoente da arquitetura barroca, talvez o maior da região Norte. Ela tem um acervo da talha, que é o esculpir na madeira, herança barroca dos jesuítas aqui, inigualável", afirma Deyseanne Ferraz, diretora do Museu da Imagem e do Som (MIS). O acervo do museu possui mais de 300 peças expostas no primeiro pavimento do palácio e no corpo da igreja.

"Hoje o Museu de Arte Sacra está no circuito internacional dos museus e ele traz essa memória da herança barroca, da herança religiosa do catolicismo aqui na Amazônia dentro do espaço musealizado. A visitação é bastante intensa, é o museu mais visitado que a gente tem", comenta a diretora (confira detalhes da entrevista no vídeo abaixo).

Em 1997 a Igreja foi reaberta ao público e, hoje, realiza casamentos e outros eventos pontuais. Anos atrás, vários mitos envolviam o templo. Antes fechada, os moradores espiavam pelas portas o que poderia estar acontecendo no interior do prédio. Uma das histórias mais conhecidas é a da "Menina da vassoura", que foi uma suposta garota que levantou uma vassoura para bater na mãe e, automaticamente, virou pedra. 

No Forte do Presépio se encontra o ponto inicial de Belém e o berço da colonização da Amazônia, no início dos 1600. Este museu possui dois circuitos de exposições - interno e externo - que reúnem canhões e outras armas usados no Forte no período colonial, cerâmicas indígenas e materiais culturais recolhidos pelo sítio histórico, como moedas, porcelana e munição. A caminhada pelo pátio externo do Forte apresenta uma bela visão: o Ver-o-Peso, maior feira ao ar livre da América Latina, o mercado de peixe e a baía do Guajará.

A Casa das Onze Janelas foi construída no século 18, como moradia de Domingos da Costa Bacelar, um senhor de engenho de açúcar, e foi adquirida pelo governo do Grão-Pará em 1768. Teve usos hospitalares e militares durante os séculos desde sua construção e sofreu adaptações estruturais feitas pelo arquiteto italiano Antônio Landi. Em 2001, o espaço da Casa foi cedido ao governo do Estado para que se transformasse num museu que veio a ser referência em arte contemporânea nas regiões Norte e Nordeste.

Visitada todos os dias por turistas e também por moradores da cidade - principalmente os casais apaixonados - é hospedeira do vento vindo da baía, que limpa os pulmões de qualquer visitante. Um local que vale a pena conhecer, seja para visitar as exposições disponíveis no segundo andar do prédio, ou sentar em um dos bancos e ver o rio, observar o tempo passar e desejar profundamente o próximo dia de visitar o lugar.

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Serviço

Museu de Arte Sacra, Forte do Presépio e Casa das Onze Janelas

Horário de visitação: de terça a sexta-feira, das 10 às 18 horas. Sábados, domingos e feriados, das 9 às 13 horas.

Taxa: R$ 4, com meia-entrada para estudante, gratuidade para idosos e crianças até 7 anos. Às terças-feiras a visitação é gratuita a todos.

Por Mirelly Pires, Julyanne Forte e Arthur Siqueira. 

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