Harry Potter, o 'bruxinho' que muda vidas
Durante o penúltimo dia da Bienal do Livro de Pernambuco, a escritora Renata Ventura e fãs do personagem discutiram sobre sua influência em suas trajetórias
Desde o início da saga, em 1997, o bruxinho Harry Potter já foi personagem de sete livros, traduzidos para mais de 79 idiomas em 200 países do mundo, somando mais de 450 milhões de exemplares vendidos. Em 2001, Potter chegou aos cinemas e, desde então, já foram oito filmes que renderam cerca de US$ 7,2 bilhões, isso sem contar com o teatro e os produtos derivados da marca. Com números tão expressivos, é claro que a vida da escritora J.K. Rowling foi altamente modificada pelo fruto de sua criação. Mas ela não foi a única. Os leitores e fãs de Harry também se dizem muito impactados pelo personagem e esse foi um dos assuntos debatidos na 11ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, neste sábado (14).
Comandada pela escritora Renata Ventura, a palestra Como Harry Potter mudou minha vida, reuniu admiradores da saga na Plataforma Geek, neste penúltimo dia de Bienal. “Sempre achei que literatura mudava vidas, mas Harry Potter foi num nível…”, disse Renata. Ela contou ao público que relutou para ler os livros de Rowling por achar “muito infantil”, mas quando finalmente deu uma chance à obra, se apaixonou “na primeira linha” e o impacto foi tamanho que ela acabou se tornando escritora.
Após a palestra, Renata falou ao LeiaJá sobre o poder deste personagem: “É a história toda. É uma história que mesmo que não tivesse magia seria poderosa de qualquer jeito. As pessoas se identificam com ele”. Ela que já lançou dois livros, A arma escarlate (2012) e A comissão chapeleira (2014), também escreve sobre o mundo da magia mas com elementos da cultura brasileira e, agora, com seus leitores, também pode ajudar a mudar vidas através de seus personagens: “Eu queria mostrar pra todo mundo tudo que tem de maravilhoso aqui no nosso país e pelo menos uma vez por semana alguém me fala que começou a gostar do Brasil por causa dos meus livros. Ainda bem que estou conseguindo”, comemorou.
Vidas mudadas
Na plateia, e pelos corredores da Bienal, era possível ver pessoas caracterizadas como os personagens da saga Harry Potter. A quantidade de fãs que estiveram no Pavilhão do centro de Convenções, neste sábado (14), por conta do tema do dia na Plataforma Geek ilustrava o quão forte o bruxo de J.K. Rowling é. E ele, de fato mudou algumas dessas vidas. A estudante Vitória Carvalho, de 19 anos, vestida como Gina Weasley, confessou seu “amor sem limites” pela saga: “Eu aprendi a ler com o Harry Potter”, contou. Ela ganhou o primeiro livro ainda quando não sabia ler e, por não ter alguém que o fizesse por ela, acabou aprendendo sozinha: “Eu levava o livro pra escola, ia juntando as palavrinhas e acabei aprendendo”. Hoje, ela também usa sua paixão para ganhar dinheiro fazendo cosplay para animação de festas.
Já Jefferson Aguiar, de 21 anos, ‘mudou’ até de nome. Ele é Jheff Potter, youtuber e apaixonado pelo bruxo e suas histórias. Ele comenta sobre os ensinamentos que os livros lhe trouxeram: “O Harry Potter ele lembra que a gente não pode desistir, independente do que acontecer. Com os amigos do lado, a vida segue, foi isso que ele me ensinou”. A paixão começou ainda criança e ele, até hoje, se emociona ao ver os filmes e espera completar sua coleção de livros da saga para poder lê-los de uma vez só.