A Oficina de Roteiro Com Mulheres Negras realizada no começo de novembro pela Noix Cultural, em São Paulo, possibilitou o encontro de mulheres negras de todo o país com o roteirista e professor cubano Eliseo Altunaga. A estudante de jornalismo da Universidade da Amazônia (Unama) Joyce Cursino, de 21 anos, foi uma das 15 selecionadas entre 192 inscritas.

A oficina teve inscrições de 20 Estados brasileiros e do Distrito Federal. Ofereceu 15 vagas para roteiristas residentes da grande São Paulo e 7 para realizadoras das demais regiões brasileiras. A jovem paraense foi uma das escolhidas entre diversas candidatas.

Joyce conta que viu na oficina uma oportunidade para realizar seus projetos em andamento. “Eu estava fazendo uma pesquisa sobre uma realidade amazônica e resolvi pôr no papel. Quando veio a seleção eu vi a oportunidade perfeita. Adaptei o projeto para argumento e fiz a inscrição. Acho que experiências anteriores juntamente a argumento inscrito contribuíram para que eu fosse selecionada”, contou a roteirista.

A oficina foi dividida em parte teórica em prática, e teve como objetivo principal ampliar a presença de roteiristas negras no mercado audiovisual brasileiro. O ministrante da oficina foi o professor, roteirista e consultor cubano Eliseo Altunaga, do Departamento de Roteiro da Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de los Baños (EICTV), de Cuba.

Joyce enfatiza a experiência de conhecer outras mulheres negras e suas realidades. Segundo ela, isso aumentou a ainda mais a vontade de produzir e contar histórias. “Além de técnicas incríveis que aprendemos com o professor, teve o fator de trocar experiência com essas 15 mulheres incríveis, de diferentes realidades, de diferentes regiões do Brasil, mas com algo em comum: a sede de contar suas histórias, a história da cultura negra abafada pela nossa sociedade machista e sobretudo racista”, explicou Joyce. A Oficina com Roteiristas Negras 2017 é uma parceria entre o Espaço Itaú de Cinema e o site Mulheres Negras no Audiovisual Brasileiro.

Por Ariela Motizuki.