Tem criança no samba

Manifestações populares como o cavalo marinho têm nas crianças a garantia de sua continuidade

por Paula Brasileiro dom, 07/01/2018 - 01:30
Paula Brasileiro/LeiaJáImagens Giovana, Niquinho e João Pedro prontos para o samba Paula Brasileiro/LeiaJáImagens

De cara pintada e figurino colorido, três crianças brincavam alheias ao movimento de festa na Casa da Rabeca, na madrugada deste domingo (7). Giovana Salustiano, João Pedro Figueiredo e NIquinho, aguardavam sua vez de entrar no samba, na Festa de Reis, junto com alguns de seus familiares que integram o grupo de cavalo marinho Boi Matuto. Apesar da aparente descontração, os pequenos já sabem que esta é uma brincadeira séria.

Carregando um sobrenome de peso dentro da cultura popular, Giovana, de oito anos, abre o sorriso para contar que é “desde pequenininhos” que ela e o primo João Pedro, de seis, brincam no cavalo marinho. Apesar da pouca idade, eles já deram à vida a muitos dos personagens que fazem parte do brinquedo, mas, hoje, estavam de Mateus e Empata Samba, respectivamente. O menino garante que gosta de todos eles, já ela, revela que seu preferido é o Nego Pitanga. Quando perguntada se aguenta varar a madrugada sambando, como é de costume no cavalo marinho, ela não hesita: “Aguento sim. E você, aguenta?”

Niquinho, de 11 anos, está vestido de Catirina e é quase impossível conseguir fazê-lo parar de correr pelo terreiro. Em uma das tentativas, ele conta que começou a brincar cavalo marinho há pouco tempo, “um dia desses”, mas pelo tamanho do seu sorriso e o brilho nos olhos, é perceptível o quanto o garoto gosta da brincadeira. Eles são a garantia da continuidade desta manifestação popular típica da Zona da Mata Norte Pernambucana, rica em beleza e história. E, se depender da energia destas crianças, o folguedo ainda vai longe.

 

 

 

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