Marca cubana Clandestina acusa a gigante Zara de cópia

A marca cubana tem uma loja no coração de Cuba, entre prédios antigos e carros dos anos 50 que transitam todos os dias por Habana Vieja

qui, 22/08/2019 - 16:03
YAMIL LAGE Turista prova camiseta da marca cubana Clandestina YAMIL LAGE

"Actually I'm in Havana" é mais do que uma frase, é um sentimento que a estilista cubana Idania del Rio estampou em suas primeiras camisetas quando criou a marca Clandestina em 2015. Recentemente, a gigante espanhola Zara lançou uma coleção com a frase: "Mentally I'm in Havana". Seria uma cópia?

A marca cubana tem uma loja no coração de Cuba, entre prédios antigos e carros dos anos 50 que transitam todos os dias por Habana Vieja. E atrai dezenas de turistas.

É a moda "à la cubana", que se adapta às limitações de insumos e aproveita o impulso à iniciativa privada usando reciclagem, reivenção de peças, frases de efeito e a ruptura estética.

Há alguns dias seus clientes fora da ilha enviaram fotos de peças da Zara com frases similares às da marca.

"A mais evidente é Actually I'm in Havana (Na verdade estou em Havana). A Zara lançou a camiseta com a frase Mentally I'm in Havana (Mentalmente estou em Havana)", diz Idania del Rio.

"Não copia a frase literalmente, muda uma palavra, mas o sentido é igual. Não mudou Havana por Beirute. O sentido da frase, o que significa, é muito parecido", diz a estilista.

A Clandestina tem uma coleção "País em Construção", nas cores amarelo e preto. A Zara tem camisetas com as mesmas cores e a frase "Under Construction", denunciou a marca cubana em um vídeo em suas redes sociais.

A estilista diz que os advogados explicaram que entrar com um processo é muito difícil. E acredita que o melhor que pode acontecer é que a Zara deixe de vender as peças em talvez um mês, mas não graças a reclamação da Clandestina, e sim por seu negócio de "fast fashion", em que tudo acaba rápido.

A AFP contactou o Inditex na Espanha, proprietário da marca Zara, mas não recebeu resposta.

A marca não tem lojas em Cuba. Em 2009 abriu uma em acordo com uma empresa estatal com intermediários, que ficou aberta por poucas semanas antes de fechar definitivamente.

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