Filme de Bruna Marquezine sofreu corte de verbas na Ancine
Longa de Klaus Mitteldorf precisou recorrer a outros meios para ser finalizado
A estreia de Bruna Marquezine no cinema quase não aconteceu por falta de dinheiro. O filme que a atriz protagoniza, Vou nadar até você, sofreu um corte inesperado de verbas que viriam da Agência Nacional do Cinema, a Ancine.
O diretor, Klaus Mitteldorf, que também faz sua estreia com o longa, contou, em entrevista ao Estadão, que terminou o filme por um "milagre". Segundo ele, "o dinheiro que era para a pós-produção e o lançamento do filme foi bloqueado pela Ancine".
Apesar de não ter temática LGBTQ nem falar sobre prostituição - temas que andam na mira do presidente Jair Bolsonaro, que já declarou que as produções nacionais que recebem dinheiro público devem ser revisadas - o longa de Mitteldorf traz cenas de nudez da protagonista, vivida por Bruna Marquezine, e outras em que ela aparece fumando maconha. Recentemente, um edital da Ancine que selecionaria filmes LGBTQ foi suspenso e o presidente da agência afastado de suas funções.
Atualização: após a publicação da matéria, a assessoria de imprensa enviou uma nota com esclarecimentos, segue a íntegra:
"A produtora responsável pelo longa metragem “Vou Nadar Até Você” perante a Agência Nacional do Cinema (Ancine) esclarece que, em nenhum momento, o órgão regulador do Governo Federal censurou ou impediu o projeto de captar recursos conforme a legislação de incentivo à cultura vigente.
Todos os trâmites do filme junto à Ancine seguiram ritos e cronogramas normais das produções audiovisuais de grande porte.
É fato que, em 2019, o funcionamento da Ancine foi afetado pelas medidas resultantes do acórdão nº 721/2019 do Tribunal de Contas da União, com efeito em diversas produções audiovisuais em todo o país.
Portanto, qualquer eventual demora de repasse financeiro nunca guardou relação com o conteúdo do filme.