Atingida pelas chuvas, Nação Almirante do Forte pede ajuda
Uma das nações de maracatu de baque virado mais tradicionais de Pernambuco lança campanha para se recuperar dos estragos causados pelo temporal que acometeu o Recife no último fim de semana
Prestes a completar 90 anos de história, o Maracatu Almirante do Forte, uma das mais tradicionais nações de baque virado do estado de Pernambuco, vem enfrentando dificuldades. Além da pandemia do novo coronavírus, que paralisou as atividades da agremiação lhe tirando a renda, as fortes chuvas que caíram na Região Metropolitana do Recife, no último final de semana, destruiu parte de sua sede, localizada no Bongi, Zona Oeste da capital. Agora, a diretoria da nação busca ajuda do público e dos admiradores do maracatu, Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, para se reerguer e manter as portas abertas.
Segundo o vice-presidente e contramestre do Almirante, José Antônio da Silva, mais conhecido como Toinho, o grande volume de chuvas que caiu no Recife no último sábado (10) e domingo (11) acabou danificando parte da sede da agremiação. Alguns equipamentos eletrônicos e itens do acervo, como estandartes e os tambores, conseguiram ser salvos a tempo, no entanto, parte da estrutura da casa que abriga o maracatu acabou danificada pela água. “A rua encheu (de água) e acabou entrando pela sede. A geladeira, a gente perdeu. Mas as roupas, máquinas de costura conseguimos colocar no escritório e salvar. A gente agora precisa fazer o piso da sede para que ele fique mais alto do que o nível da rua”, disse em entrevista exclusiva ao LeiaJá.
A Nação Almirante do Forte é uma entre outras tantas agremiações de cultura popular pernambucana gravemente atingidas pela pandemia do novo coronavírus. Além da perda de alguns integrantes para a Covid-19, a impossibilidade de manter suas atividades, por conta dos protocolos de segurança sanitária e a não realização do último Carnaval, neste ano de 2021, deixou a nação sem renda para custear despesas fixas, como energia e manutenção de equipamentos e da própria sede.
Comandada por Toinho e seu pai, o Mestre Teté, eles dependem apenas de recursos próprios para custear as necessidades da nação. “É triste ver todas as nações passando por esse momento difícil. Isso dói no coração, é complicado. O dinheiro que a gente ganha não dá pra fazer tudo. Meu pai depende da aposentadoria dele, eu botando o dinheiro que ganho na oficina, é pouco, mas eu gosto muito da minha missão”.
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Sendo assim, a agremiação iniciou uma campanha de arrecadação de fundos para reparar os estragos causados pelas últimas chuvas e cuidar de seu acervo. Interessados em ajudar a agremiação quase centenária, podem fazê-lo pelos dados bancários abaixo ou entrando em contato através do instagram @almirantedoforte. A expectativa é de que a nação consiga chegar a seu nonagésimo aniversário, no dia sete de setembro, com a casa arrumada e repleta de esperança para voltar a rufar os seus tambores na rua, com o seu público, assim que possível. “Queremos voltar com as oficinas para os jovens da comunidade, trazer a garotada pra perto da gente e dar continuidade ao nosso trabalho, depois que passar essa pandemia”, finaliza Toinho.
Para ajudar:
Banco: Caixa Econômica
Conta Poupança: 21519-5
Operação: 013
Agência: 1028
José Antônio da Silva