Uma final com todos os ingredientes de Argentina x Brasil

Seja de forma negativa ou positiva, o Superclássico das Américas 2012 entra para a história do futebol mundial

por Victor Bastos qua, 21/11/2012 - 12:50
Chico Peixoto/LeiaJáImagens Brasil e Argentina disputam disputam o título do Superclássico das Américas Chico Peixoto/LeiaJáImagens

Enviado especial a Buenos Aires, Argentina

São quase 100 anos de história e 96 confrontos do maior clássico do futebol mundial. Ficou guardado para o dia 21 de novembro de 2012 o primeiro duelo entre Argentina e Brasil na lendária La Bombonera. E logo para uma final. Nesta quarta, às 21h (horário do Recife), as seleções disputam o título do Superclássico das Américas.

No retrospecto geral, 38 vitórias brasileiras, 24 empates e 34 triunfos dos hermanos. Desde 1914, argentinos e brasileiros constroem essa rivalidade que frequenta os imaginários dos amantes de esporte bretão. Assim como o estádio do Boca Juniors, que debuta no clássico que carrega sete títulos mundiais.

Problemas, mais problemas e, aparentemente, tranquilidade

Porém, infelizmente, para que fosse possível a realização dessa final, Argentina e Brasil passaram por situações que não condizem com a grandeza de suas histórias. Vítimas dos interesses da Associação de Futebol Argentina (AFA) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), as seleções sofreram. A decisão deveria ter sido realizada na pequena cidade de resistência, ainda em setembro. Um curto circuito em uma das torres de iluminação do estádio provocou um apagão e adiou a partida.

Depois de um extenso imbróglio – incluindo as possibilidades de cancelamento da edição 2012, realização do jogo em 2013 ou título direto para o Brasil –, foi definido que La Bombonera receberia o Superclássico. Azar ou não, nesta terça (20), véspera do clássico, uma greve de trabalhadores levou o caos para Buenos Aires. Protestos, voos cancelados e principais entradas da capital fechadas. Sorte ou não, no fim, tudo deu certo para as delegações.

Novos testes em uma base “definida”

Com um time praticamente definido para as principais competições que se aproximam, mas sem poder contar com os atletas que atuam no futebol europeu, Mano Menezes aproveitará a final contra a Argentina para promover algumas mudanças na equipe. O lateral-esquerdo Carlinhos, o volante Jean e o atacante Fred, todos do Fluminense, e os zagueiro Réver e Leonardo Silva e o lateral-direito Marcos Rocha, os três do Atlético-MG, devem começar entre os 11.

Mas a grande novidade será a estreia de mais um goleiro na seleção. Um dos destaques no título brasileiro do Fluminense, Diego Cavalieri começará a partida entre os titulares e, consequentemente, aumentará a estatística da posição na Era Mano Menezes: 13º arqueiro desde que o treinador assumiu o comando canarinho. Fred é outro capítulo à parte. Tido como preterido por Mano, o atacante que estava fora da seleção desde outubro do ano passado, já marcou 19 gols no Brasileirão pelo Flu e carimbou a volta.

Fim do trilho em 2012

O Superclássico das Américas é o último compromisso brasileiro na atual temporada. Esperando a final para fechar o balanço, até o momento foram 12 jogos, com nove vitórias, um empate e duas derrotas (México e Argentina). Para 2013, datas para três amistosos antes da Copa das Confederações. Uma em fevereiro e duas em março. A CBF garante que apenas o primeiro jogo, já marcado para o estádio Wembley, em Londres, contra a Inglaterra, será fora do Brasil.

Na primeira partida, no Serra Dourada, em Goiânia, o Brasil venceu de virada por 2x1 – gols de Paulinho e Neymar, enquanto Martinez abriu o placar. Para conquistar o bicampeonato consecutivo e décimo título do Superclássico das Américas, os brasileiros precisam apenas de um empate. Em caso de vitoria dos argentinos por um gol de diferença, o troféu será disputado nos pênaltis.

FICHA TÉCNICA

Estádio La Bombonera, em Buenos Aires (Argentina)

Horário: 21 horas (do Recife)

Argentina: Ustari; Desábato, Sebá Domínguez e Lisandro López; Peruzzi, Guiñazu, Ponzio, Montillo e Clemente Rodríguez; Martínez e Barcos. Técnico: Alejandro Sabella

Brasil: Diego Cavalieri; Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva e Carlinhos; Ralf, Paulinho, Arouca e Thiago Neves; Neymar e Fred. Técnico: Mano Menezes

Árbitro: Enrique Osses (Chile)















Assistentes: Francisco Mondria e Carlos Astroza (ambos do Chile)

Os números de confrontos entre Brasil e Argentina apresentados na matéria são de acordo com o livro oficial da CBF

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