Omã realiza primeira eleição local de sua história
O comparecimento nas primeiras eleições locais de Omã superou 50%, informou neste domingo o vice-ministro do Interior, Khaled Albusaidi. De acordo com ele, a votação para a escolha dos 192 conselheiros municipais, que têm poderes consultivos, "foi um sucesso em todos os níveis".
Entre os 1.475 candidatos, todos independentes, já que os partidos políticos ainda são proibidos no sultanato, apenas 46 eram mulheres, e somente quatro delas se elegeram. Os cerca de 60 conselhos municipais terão seus presidentes e vices apontados pelo governo.
Anteriormente, somente a capital do país, Mascate, tinha um conselho municipal, e todos os membros eram nomeados pelo governo. Os conselhos não têm poderes executivos, segundo um decreto emitido pelo sultão Qaboos bin Said Al Said no ano passado, no qual ele diz que esses órgãos vão "apresentar recomendações relacionadas com a melhoria dos serviços municipais".
A Câmara Baixa do Parlamento de Omã, conhecida como Majlis al-Shura, foi criada em 1991 e também é eleita pelo voto direto. O órgão tem autoridade para interrogar ministros e aconselhar o governo em assuntos socioeconômicos, mas não tem poder legislativo nem autoridade em questões de Defesa, segurança interna ou política externa.
O país ainda tem o Conselho de Estado, que funciona como a Câmara Alta do Parlamento, com 57 assentos, sendo que todos os membros são nomeados pelo governo.
Omã, normalmente um local tranquilo e seguro, foi sacudida pelos protestos da chamada Primavera Árabe em 2011, com manifestantes indo às ruas para exigir melhorias nas condições de vida e reformas institucionais. O país tem cerca de 2,85 milhões de habitantes. As informações são da Dow Jones.