Buscando piscinas mais profundas

Através da natação, a pernambucana Carolline Gomes encontrou um tratamento especial para asma e iniciou sua trajetória no esporte

por Nicoly Moreira qui, 07/11/2013 - 09:41

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias áreas, que pode iniciar em qualquer idade, mesmo sendo mais comum na infância. Apesar de não ter cura, ela pode ser controlada. O seu tratamento visa à redução e o controle da função pulmonar. Uma das alternativas para o controle da doença está na prática de atividades físicas. Como por exemplo, a natação. E foi com esta modalidade que a pernambucana Carolline Gomes encontrou um tratamento especial. Através da doença, ela iniciou sua trajetória no esporte.

A menina de Passira, cidade do Agreste pernambucano começou a praticar a natação desde os 4 anos de idade.  Inicialmente apenas por causa da doença, a modalidade passou a se tornar dia a dia na vida de Carolline. A atleta começou a se espelhar em nadadoras consagradas, como por exemplo, as conterrâneas Joana Maranhão e Adriana Salazar.

Desde as primeiras competições iniciadas nas escolinhas em 2005 ela se destacava. São oito anos de títulos. Agora, na categoria Juvenil 1, a nadadora, com 15 anos, dá seus primeiros passos para chegar às piscinas mais profundas. Treinamento físico e funcional, além de musculação são as principais áreas de treinamento da atleta, de segunda a sábado, no Sport Clube do Recife. Com esta preparação, Carolline conquistou desde março deste ano dez títulos na natação. O primeiro deles foi o I Torneio Pernambucano, em seguida, ela foi campeã do Norte Nordeste e do Troféu Fita Azul de Natação.

Mas a competição que realmente a colocou perto das grandes piscinas foi a Copa do Pacífico, disputada no inicio do mês de outubro, no Peru. Ela foi convocada pela primeira vez para a seleção brasileira para participar da Copa. Lá a equipe conquistou a medalha de bronze.  “Foi uma experiência incrível fazer parte do grupo que foi para o Peru. Não esperava ser convocada para a seleção tão cedo, fiquei muito feliz. Agora, vou buscar me preparar mais para representar o país em outras competições internacionais”, disse a atleta, que estreou em campeonatos fora do Brasil. O pai de Carol, Junior Gomes, também aprovou a experiência da filha. “Foi muito importante para ela participar desta competição. Serviu para ela melhorar e conhecer novas atletas”, disse o pai, que acompanha a nadadora em todas as competições.

Mesmo com grandes resultados, a menina ainda não possui uma categoria em que ela mais se sobressai. Segundo o treinador de Carolline, Sadler Vasconcelos, ela ainda está se descobrindo no esporte. “Costumo trabalhar com ela o Medley, forma que reúne os quatro estilos da natação (borboleta, costas, peito e livre)”, comentou o técnico, que está treinando a menina há dez meses. Sobre o profissionalismo da nadadora, Sadler afirma que a categoria não possui idade para se profissionalizar na natação. “Além do trabalho dos próprios nadadores, eles ainda necessitam do apoio de fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, entre outros, para conseguirem viver da natação”, explica.

Estudos

É difícil de imaginar uma atleta que possui tantas medalhas e que passe a maior parte do seu tempo treinando tenha tempo para estudar. Mas este não é o caso de Carolline. A estudante do 2ª ano do ensino médio pretende se formar, mas ainda está sem profissão definida. “Não é fácil de conciliar as duas coisas, mas não quero deixar nenhum nem outro. Vou fazer o vestibular este ano como experiência. Penso em cursar para fisioterapia, nutrição ou educação física. As principais áreas que me deixam próximas da natação”, conta a garota.

Futuro

Para os próximos anos, Carolline espera conquistar um campeonato mundial, além de, despontar na carreira. “Meu maior sonho é disputar uma Olimpíada e ganhar várias medalhas. A maior competição do esporte é de grande importância para todas as modalidades. É o momento em que o mundo olha apenas para os esportes”, afirmou. Sobre a possibilidade de disputar as Olimpíadas de 2016, que será realizada no Rio de Janeiro, ela ainda acredita que está cedo. “Existe mais chances da minha participação ser na edição de 2020. Quando estarei mais experiente e bem mais prepara, mas se vier à convocação para a do Brasil, estarei pronta para representar bem o país e o meu estado”, concluiu. 

COMENTÁRIOS dos leitores