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Uma pesquisa do Instituto Butantan revela que as moléculas de veneno de um peixe podem ajudar no tratamento de asma. Trata-se de um peptídeo derivado do veneno do peixe niquim (Thalassophryne nattereri), denominado TnP, conforme divulgou no último dia 24 o Instituto Butantan. Em estudo publicado na revista científica Cells, foram apresentados resultados promissores para o tratamento da asma em testes em modelos animais.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a asma é a doença respiratória crônica mais comum, afetando 262 milhões de pessoas no mundo e causando 455 mil mortes por ano. A maioria dos óbitos ocorre em países de baixa e média renda, com pouco acesso a diagnóstico e tratamento.

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Descoberta em 2007, pelo Laboratório de Toxinologia Aplicada do Butantan, a proteína com propriedades anti-inflamatórias deu origem a uma série de peptídeos sintéticos produzidos pelo grupo, que foram patenteados no Brasil e em outros 12 países.

"Desde então, pesquisas conduzidas pela equipe têm apontado a molécula como uma possível candidata para tratar doenças inflamatórias", afirma o instituto.

Desta vez, os cientistas compararam grupos de animais com asma tratados com TnP e com dexametasona, fármaco comumente utilizado para tratar a doença respiratória, e animais não tratados.

"Assim como o tratamento convencional, o TnP reduziu em mais de 60% o número de células totais que causam inflamação e dano tecidual no pulmão. No caso dos eosinófilos, responsáveis pela inflamação em cerca de metade dos pacientes com asma, a redução foi de 100%", afirma o estudo.

Ainda de acordo com o Butantan, o tratamento com TnP também atenuou a remodelação das vias aéreas, característica que contribui para a redução da função pulmonar e obstrução do fluxo aéreo, e reduziu a presença de muco no pulmão.

Diferentemente das terapias convencionais, que podem causar sintomas como taquicardia, agitação, dor de cabeça e tremores musculares, não foram identificados efeitos adversos.

"Submetemos o veneno do peixe a uma cromatografia para identificar peptídeos e testamos várias moléculas. Essas toxinas provocam dor, edema, necrose. Até que chegamos a uma fração de peptídeos que não causava nenhuma ação danosa e isso nos chamou atenção", disse a pesquisadora Mônica Lopes-Ferreira, responsável pelo estudo.

Segundo ela, posteriormente, foi feito o sequenciamento genético do TnP para permitir a produção dos peptídeos sintéticos em laboratório. "Assim, os pesquisadores não dependem mais da extração do veneno do peixe e podem testar as moléculas sintéticas em diferentes modelos de doenças", acrescentou a pesquisadora.

Peixe niquim

Espécie de peixe peçonhento brasileiro que predomina nas regiões Norte e Nordeste do País, o peixe niquim costuma se esconder em buracos na areia e é capaz de sobreviver por até 18 horas fora da água, podendo provocar acidentes graves, segundo o Butantan. O contato com seus espinhos causa dor aguda, sensação de queimação, inchaço e necrose. Seu veneno é estudado pelo instituto desde 1996.

Segurança no uso do peptídeo TNP

Para avaliar a toxicidade e segurança do peptídeo TnP, os pesquisadores testaram a molécula em zebrafish (ou peixe paulistinha), um modelo animal de pesquisa que apresenta 70% de semelhança genética com humanos. Segundo o estudo, não houve registro de disfunções cardíacas nem problemas neurológicos causados pelo peptídeo.

 

Hoje (21) começa  o período de inverno e o ressecamento das vias aéreas pode causar desconforto, dificultar a respiração e piorar quadros de asma, rinite, sinusite e bronquite. A rinite e a asma são doenças inflamatórias na maior parte das vezes da natureza alérgica. A falta de umidade e o ar frio dessa época do ano levam a um agravo da inflamação do nariz e da inflamação do pulmão, segundo especialistas. 

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Doenças como bronquite, sinusite, rinite alérgica e pneumonia são as que mais levaram à procura por atendimento médico desde 2022, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O tempo seco provoca um aumento no registro de doenças respiratórias, também de acordo com os dados do Ministério. Cuidados básicos, incluindo a vacinação contra a gripe e contra a Covid-19, contribuem para reduzir as chances de infecção e agravamento das doenças.  

Médicos da área recomendam minimizar os efeitos do tempo seco e da baixa umidade, principais fatores que contribuem para o aumento da circulação de vírus e fungos no ambiente que são – tirar o cobertor e casacos que ficam muito tempo guardados no armário pois fazem aumentar as doenças de inverno, sobretudo respiratórias. Em caso da rinite, fazer lavagem nasal com soro fisiológico e, no caso da asma, o tratamento se dá com corticóide inalatório tópico, associado ou não a broncodilatadores (neste caso, sob direção médica). 

A vacinação contra a gripe previne o surgimento de complicações decorrentes da infecção pelo vírus influenza, reduzindo os riscos de morte e de pressão sobre o sistema de saúde. O mesmo ocorre com a imunização contra a Covid-19, incluindo a dose de reforço. A queda de temperatura também é favorável para a circulação do vírus sincicial respiratório (VSR), que pode causar infecções nas vias respiratórias, principalmente em crianças menores de cinco anos. O Ministério da Saúde alerta que a prevenção e o diagnóstico precoce podem ajudar a evitar os casos graves.  

Pesquisa 

Os dados referentes a bronquite registraram uma alta de 142%, de sinusite foi de 108,33%, pneumonia aumentou 74,15%, já de rinite alérgica a alta foi de 67,13% no período de inverno do ano passado. Na cidade de São Paulo, os atendimentos hospitalares de casos de doenças respiratórias aumentaram 52% na rede municipal em 2022.  

Pelo menos 300 milhões de pessoas no mundo são asmáticas e no Brasil esse número chega a mais de 20 milhões. No Sistema Único de Saúde (SUS), a doença oscila entre a terceira e quarta posição no ranking das causas de hospitalizações, sendo os meses de abril a julho os que registram os maiores números de internação por asma, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Com a chegada do frio, o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP (InCor) alerta para a necessidade de redobrar os cuidados, já que as variações de tempo seco, típicas do outono e do inverno, são propícias para o aumento de casos.

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Segundo o InCor, a conjunção entre poluição, ausência de chuva e tempo frio leva muitos asmáticos aos serviços de emergência com crises preocupantes, mas que podem ser evitadas. A recomendação básica é manter a doença tratada o ano todo, para chegar ao outono em boa condição de saúde.

Foi o que Michele Benevides, 36 anos, diagnosticada com asma grave aos 20 anos, começou a fazer, depois de já ter passado por mais de 30 internações por conta de crises da doença. Ela teve uma parada cardíaca, um choque anafilático e foi parar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Por conta disso, passou a ter mais atenção com a saúde para enfrentar o tempo frio e isso foi decisivo para mudar sua vida.

“A sazonalidade do outono e inverno é sempre muito difícil para quem tem asma. É o momento onde as crises mais aparecem. Então eu busco sempre evitar friagem e falta de proteção térmica. Tenho um ganho muito grande sendo acompanhada por um médico e tomando a medicação correta, tem sido essencial para que eu não evolua no meu quadro nesta época do ano. Tudo isso também evitou que eu tivesse novas internações e até mesmo consultas no pronto atendimento”, disse.

A asma é a inflamação dos brônquios, pequenas estruturas responsáveis pela troca de ar dentro dos pulmões. O processo inflamatório causa inchaço das vias áreas e produção de muco que, isoladamente ou combinados, podem levar à falta de ar de grau leve a extremo. Os sintomas mais comuns são tosse, chiado, aperto no peito e dificuldades respiratórias. A doença atinge crianças, jovens e adultos.

De acordo com o diretor do Ambulatório de Asma do InCor, o pneumologista Rafael Stelmach, baixas temperaturas e umidade, agentes alergênicos como material particulado no ar, fungos e ácaros, e infecções típicas da estação, entre elas, gripe e resfriado, são os fatores ambientais que podem causar as crises de asma. Sem o tratamento adequado e uma terapia com medicamentos, no caso do aumento dos sintomas, a inflamação pode progredir para a obstrução das vias aéreas e para a necessidade de internação.

“Pessoas que já têm a doença precisam estar prevenidas para passar por esse período do ano. Caso isso não aconteça, pode haver agravamento e descontrole da doença e assim dificultar a recuperação durante e depois das crises. Pacientes que moram em grandes centros urbanos costumam ser mais atingidos por conta da poluição. As regiões Sudeste e Sul do país são as mais afetadas. O Sul, principalmente, devido às temperaturas extremamente baixas nos períodos mais frios do ano”, afirmou.

Stelmach recomendou ainda que a pessoa com asma evite fumar, já que esse hábito provoca o agravamento da doença. Ele alerta que tanto o cigarro eletrônico quanto a maconha são nocivos para os asmáticos, que devem inclusive evitar o fumo passivo (quando o indivíduo convive ou fica perto de alguém que fuma). É necessário ainda evitar o contato com objetos e ambientes que tenham fungos e ácaro.

A orientação do médico é que as roupas de uso pessoal e de cama, incluindo cobertores, edredom e travesseiros, que estejam guardadas há muito tempo, sejam higienizadas antes de serem usadas. Ele destacou ainda que é preciso ter cuidado com os animais de estimação, evitando que eles entrem no quarto de dormir, porque os pets são alergênicos para quem é asmático.

“Depois de lavadas e passadas a ferro, enquanto não forem novamente usadas, essas roupas devem ser guardadas, de preferência, em sacos plásticos, para protegê-las do contato com esses agentes alergênicos. Casa em que convivem pessoas com asma tem que ter travesseiros, colchões, tapetes e cortinas constantemente higienizados, e os ambientes arejados para evitar poeira e mofo”, disse o médico.

Stelmach destacou ainda a importância de as pessoas com a doença tomarem a vacina contra a Influenza todos os anos, já que o imunizante é uma arma importante no controle e na prevenção de quadros graves da asma, porque a gripe é um gatilho para as crises.

A rapper paulista MC Venenosa, morreu no último domingo (22), por complicações respiratórias. Ela tinha 32 anos e desde criança sofria com asma. A notícia da morte foi confirmada pela família da artista, nas redes sociais dela. 

MC Venenosa estava internada no Hospital Municipal Dr. Lauro Roberto Fogaça e chegou a fazer alguns stories durante a internação. Em sua conta oficial no Instagram, a irmã da cantora fez uma postagem para informar aos fãs do óbito. “Venho com muito pesar comunicar a todos o falecimento da nossa RAINHA VENENOSA MC. Agradeço a todos as mensagens de carinho e agradeço também pelo amor que vocês tinham por ela.”

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Na postagem, a família também fez um apelo pedindo por doações para custear o velório e o enterro da rapper. “Ela batalhou desde sempre pra colocar as coisas aqui dentro de casa e mereceu todo esse reconhecimento hoje. Vou deixar nos stories minha conta bancária pra quem puder ajudar com qualquer quantia a realizar o velório dela”. 

O inverno é o período do ano mais propício para o desencadeamento de doenças respiratórias. Com a potência do coronavírus, este momento pode ser ainda mais desafiador. Em sua coluna no UOL, o doutor Drauzio Varella afirmou que "pacientes com asma e outras condições respiratórias têm maior risco de desenvolver complicações caso sejam infectados pelo novo coronavírus".

A estudante de Psicologia Giovanna Alves, 22 anos, convive com a asma, doença pulmonar que tem sintomas semelhantes ao do coronavírus, como a dificuldade para respirar, dor no peito, tosse e respiração ofegante. Ela conta que as crises se tornam mais frequentes em épocas frias, e com o enfrentamento da pandemia, sendo integrante do grupo de risco, tem tomado os cuidados necessários. "Tive uma leve crise há um tempo. Porém, sem a certeza de que os sintomas eram da doença, fui ao médico para tirar a dúvida", lembra.

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Thabata Salim, médica clínica geral do Hospital Adventista Silvestre Itaboraí, do Rio de Janeiro, afirma que diferenciar os sintomas de uma crise de asma e do novo coronavírus, sem a execução de um teste, é, de fato, difícil, sendo necessário um exame de sangue. Ela adverte que, neste momento, a ida ao hospital deve ser apenas em casos extremos, como quando tiver dificuldade de respirar ou apresentar febre alta, devido ao alto risco de contaminação. "Os cuidados devem ser semelhantes ao da população em geral, com o uso de máscara, lavar as mãos com água e sabão, uso de álcool em gel e distanciamento social. E caso o paciente faça uso de alguma medicação, não interromper o tratamento", diz Thabata, seguindo a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

Após ficar internada por 10 dias, uma idosa de 70 anos, que sofre de asma e hipertensão, foi curada do novo coronavírus. A alta foi recebida nessa terça-feira (14), no Hospital Evangélico, localizado em Vila Velha, no Espírito Santo.

Dos dias que a paciente Laucilia Sartório permaneceu em tratamento na unidade de saúde, nove foram na UTI. Ela foi a primeira curada dos cinco contaminados que ainda estão no hospital.

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“Tenho muita fé, muita gratidão a Deus, porque na minha idade, 70 anos, e o problema respiratório e de pressão alta que eu tenho, vencer uma dessa é uma grande vitória”, agradeceu enquanto deixava o hospital sob aplausos dos profissionais de saúde e familiares de outros pacientes.

Todos seus quatro filhos estão com leves sintomas, mesmo assim não precisaram ser internados. “Febre, tosse, dor de cabeça, dor no corpo, às vezes o pulmão fica comprimindo e falta o ar, diarreia, a gente perde o olfato e o paladar. A medida que a gente vai sendo curado vai desaparecendo uns sintomas e aparecendo outros sintomas”, contou a filha Alexandra Sartório ao descrever sua experiência com a doença.

Segundo o Ministério da Saúde, o Espírito Santo já registrou 557 casos confirmados e 18 mortes em decorrência da pandemia. A Secretaria Estadual de Saúde estima que 92 pessoas estão internadas, 86 já foram curadas e 361 seguem em isolamento domiciliar.

O surto do novo coronavírus gerou uma preocupação especial entre os asmáticos, uma população especialmente vulnerável a qualquer tipo de vírus.

A associação francesa Asma & Alergias, que conta com vários serviços de atendimento ao paciente, apontou os riscos que os asmáticos enfrentam em relação ao novo coronavírus.

Segundo a associação, as ligações para o número de atendimento ao paciente "se intensificaram" por alguns dias e "a preocupação de quem liga é perceptível".

- Os tratamentos à base de corticóides devem ser abandonados? -

As recomendações dos pneumologistas da associação negam que os medicamentos à base de cortisona devam ser evitados para reduzir o risco de uma infecção grave por coronavírus, informação que tem circulado amplamente nos últimos tempos.

Segundo especialistas, a população em geral deve evitar esse tipo de tratamento, mas "no caso de pacientes asmáticos, isso deve ser relativizado".

Sabe-se que a combinação de vírus e asma é perigosa há muito tempo, então os asmáticos são solicitados a tomar uma vacina contra a gripe todos os anos.

No entanto, "o controle adequado dos sintomas limita os riscos de um ataque inflamatório de asma em caso de infecção viral", explicam os especialistas.

Por esse motivo, "é muito importante não interromper o tratamento da asma".

O tratamento da asma é baseado, acima de tudo, em corticóides inalados que permitem controlar a inflamação dos brônquios, sintomas e diminuir a os efeitos da asma, dizem especialistas, que recomendam "continuar" o tratamento.

No entanto, pode haver exceções. Em caso de tosse, falta de ar e febre, é essencial consultar um médico antes de iniciar o tratamento com cortisona oral, dizem os pneumologistas.

- São os asmáticos mais propensos a pegar a Covid-19? -

Pessoas com asma não correm mais risco de contrair a epidemia da Covid-19 do que o resto da população, desde que a asma seja adequadamente controlada, dizem os especialistas.

No entanto, os asmáticos são mais propensos a desenvolver complicações respiratórias se pegarem o novo coronavírus, esclarecem.

É essencial respeitar as precauções e os conselhos gerais para evitar infecções (lavagem das mãos, etc.) e continuar com o tratamento anti-asma, se você quiser ter um bom controle dos sintomas, afirmam.

Médicos japoneses afirmaram que um remédio contra asma parece ser eficaz na redução de sintomas em pacientes de coronavírus que desenvolveram pneumonia.

Uma equipe médica do Hospital Ashigarakami, na província de Kanagawa, tratou pacientes que ficaram doentes a bordo do navio de cruzeiro Diamond Princess. Ela anunciou os resultados de seus estudos no site na internet da Associação Japonesa para Doenças Infecciosas.

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Segundo o documento, três pacientes foram tratados com um remédio contra asma chamado Ciclesonida, um esteroide inalável que inibe o sistema imunológico.

A equipe médica declarou que todos os pacientes tinham mais de 65 anos de idade e respiravam por aparelhos, mas que não se encontravam em estado grave.

A pesquisa mostrou que os pacientes foram tratados com a Ciclesonida, em 20 de fevereiro, e suas condições de saúde melhoraram em cerca de dois dias. Uma mulher de 73 anos teria recebido alta.

Os médicos disseram que o remédio foi empregado depois de terem sido informados a seu respeito pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas.

Eles afirmaram que o remédio chega aos pulmões, onde o vírus se multiplica. Portanto, ele pode ser eficaz na redução de inflamações no local.

A equipe planeja investigar a eficácia do tratamento, em conjunto com outras instituições médicas porque ela cuidou somente de um pequeno número de pacientes.

Com a notícia da morte da atriz, roteirista, escritora e apresentadora Fernanda Young no último domingo (25), em decorrência de uma crise asmática seguida de uma parada cardiorrespiratória, o alerta sobre as complicações da doença voltou a ser destaque no noticiário e no cotidiano dos brasileiros. Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2017, a asma ocupava o quarto lugar nas estatísticas de internação em hospitais do Brasil. Ainda segundo este levantamento, foram registradas 2.177 mortes em todo o território nacional naquele ano.

Caracterizada pela tosse contínua e dificuldade na respiração, a asma é uma doença respiratória na qual a inflamação nos brônquios (tubos que levam o ar até o tecido pulmonar para fazer a troca de oxigênio) faz com que essa estrutura produza mais secreção e diminua o espaço pelo qual o ar precisa passar. Médico pneumologista do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), Rodrigo Abensur Athanazio afirma não haver uma causa específica da doença, entretanto a incidência é maior por implicações alérgicas. "O contato com mofo, pêlo de animais, produtos de limpeza, entre outros faz o corpo identificar como uma agressão e a inflamação aumenta", explica. Além da alergia, Athanazio também considera que quem tem casos de asma na família ou trabalhe em ambientes insalubres, como no contato com produtos químicos, têm chance maior de desenvolver asma na vida adulta.

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Como a doença é crônica, os especialistas recomendam que os asmáticos façam um acompanhamento e usem a medicação para prevenir problemas respiratórios. Athanazio, que também é diretor científico da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, ressalta a importância da utilização das vacinas, que fortalecem a imunização do corpo e fazem com que os pacientes tenham uma vida normal. "Quem tem asma consegue ter uma função pulmonar normal usando as medicações para prevenir as complicações e as vacinas para prevenção de doenças respiratórias, como a da gripe e pneumocócica", destaca.

Ainda segundo o médico, o tratamento para os casos considerados simples e até mesmo os mais graves está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). "Tratamos com um remédio que vai agir no músculo do brônquio para que ele abra novamente. Os corticoides inalados são os principais aliados no tratamento da asma. Em casos mais graves, é necessário o uso de broncodilatadores de longa duração aprovado na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no SUS", confirma o pneumologista.

Bombinha salvadora

Outro método muito usado e recomendado pelos médicos é o nebulímetro, mais conhecido como bombinha. "Usar as bombinhas é uma forma segura e muito eficaz. Mesmo sendo uma dose extremamente pequena de medicação, age diretamente nos brônquios com baixa absorção prejudicial ao sistema", declara o especialista Athanazio.

Além disso, o pneumologista indica que pessoas próximas ao asmático também precisam ficar atentas quanto a possibilidade dele sofrer uma crise. "É importante que os pacientes tenham sempre a medicação de resgate por perto e que os que convivam saibam onde o remédio fica para fornecer ao paciente em um momento de estresse", orienta. O médico também chama a atenção para que a ansiedade não atrapalhe no momento do socorro. "Mantenha a calma. A pessoa em crise fica mais ansiosa, respira mais rápido e isso dificulta ainda mais a troca de ar", finaliza.

De acordo com profissionais de saúde, os remédios existentes na rede pública, seja por meio de postos de saúde ou farmácias populares, são suficientes para tratar 90% dos casos de asma no Brasil. Mesmo assim, segundo o membro da Comissão de Asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) José Eduardo Delfini Cançado, apenas 12% das pessoas asmáticas no País estão com a doença controlada, sem os sintomas.

Para os especialistas, as razões para que 88% dos pacientes não estejam fazendo o tratamento correto se dá por falta de informação e conscientização sobre o tema. Cançado explica que é preciso redesenhar a forma como se enxerga a doença no Brasil. "Não adianta distribuir o remédio se o paciente o utiliza da maneira errada", explica.

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Isso se dá, segundo a Coordenadora da Comissão de Políticas de Saúde da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), Norma Rubini, por falta de capacitação dos profissionais de saúde. A lógica defendida pelos especialistas é que médicos, enfermeiros e assistentes sociais capacitados poderiam não só fazer o diagnóstico correto na origem, na medicina básica, como também se incumbir do acompanhamento da maior parte dos doentes que chegam aos postos e hospitais.

Além da pouca capacitação profissional existe também a falta de informação à sociedade. Apesar de a asma exigir tratamento a vida toda, muitos pacientes o interrompem quando a saúde deles melhora. "Sentimos falta da educação sobre o assunto. É uma doença com grande impacto social e econômico no Brasil, mas muito pouco discutida", diz Cançado.

Para Norma, é urgente definir estratégias para levar a informação a todo o País. E, de preferência, que sejam políticas de Estado, não de governo. Ou seja, que durem mais que apenas um mandato do Executivo.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2015, seis milhões de pessoas sofrem de asma no Brasil. A asma é uma doença alérgica e inflamatória crônica das vias respiratórias que causa dificuldade para respirar. Os médicos, porém, garantem: há tratamento.

Segundo o médico pneumologista Waldocir Santa Rosa, a asma exige cuidados, remédios adequados e higiene ambiental. “A asma é uma doença que não tem cura, mas tem tratamento. Os remédios são à base de corticoides, broncodilatadores, e evitar locais insalubres com potencial irritante, como poeiras, ácaros, mofos, odores entre outros”, afirmou o médico.

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Luiz Henrique, paraense, 28 anos, relata que convive com a doença desde a sua infância e como conseguiu lidar com ela. “Segundo meus pais, fui diagnosticado com asma com 1 ano de idade, sofria crises constantes na minha infância. Uma vez a minha mãe me deu um pedaço de chocolate e eu comi e me deu uma crise muito forte de asma, fui para o hospital, fiquei internado e cheguei perto da morte. Mas consegui me recuperar. Eu dormia com saúde e acordava com asma, sempre tive que tomar corticoides na veia, aerossol, ia para pronto atendimento para poder melhorar. As crises eram tão constantes que o meu peito e pulmão ficou fraco e afetado, que ele sofreu um vazamento na pleura com 11 anos”, disse.

As dores fortes no peito o levaram ao pronto-socorro da 14 Março. “Nesse mesmo período peguei pneumonia, fui curado depois de um mês, fiz fisioterapia para a cirurgia do pulmão, e comecei a me recuperar. Decidi praticar um esporte, o futebol, joguei com um time na rua. Meu pulmão foi se fortalecendo, e as crises foram diminuindo. No ano eu chegava ate três ou quatro crises. Hoje em dia as minhas crises são raras. Mas não me deixam de leito ou incapaz”, relatou.

O pneumologista ainda alerta que para a prevenção da doença é necessário fazer alguns exames. “Os exames são RX do tórax e espirometria”. Alertou o médico.

O programa do governo Farmácia Popular oferece medicamentos gratuitos para os asmáticos. É necessário apresentar a receita médica, RG e o CPF do paciente para receber nos locais que possuem o programa. Os asmáticos têm atendimento prioritário em hospitais de pronto atendimento.

Por Suellen Cristo.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou o uso do remédio Nucala (mepolizumabe) para o tratamento da asma. O medicamento, inédito no Brasil, é indicado quando a doença atinge o estado grave em adultos.

Algumas pessoas com esse quadro de asma têm um tipo de glóbulo branco, chamado eosinófilos, no sangue e nos pulmões. Esses casos são chamados de asma eosinofílica.

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O mepolizumabe bloqueia uma proteína chamada interleucina-5. Ao bloquear a ação dessa proteína, limita a produção de mais eosinófilos pela medula óssea e diminui o número eosinófilos na corrente sanguínea e nos pulmões.

As crianças com alto risco de contrair asma carecem de importantes bactérias intestinais em seus primeiros meses de vida - é o que diz um estudo divulgado nesta quarta-feira, que ajuda a entender por que nos países desenvolvidos há mais crianças asmáticas.

Os casos de asma - uma doença crônica que causa pieira, tosse e dificuldade para respirar - aumentaram notoriamente desde os anos 1950, em particular nos países ocidentais, onde mais de 20% das crianças são afetadas, segundo os especialistas. Mas os casos de asma não aumentaram desta forma nos países em desenvolvimento.

Acredita-se que esta diferença possa ser explicada por fatores ambientais, assim como pelas armadilhas da vida moderna: os países desenvolvidos têm maiores taxas de nascimentos por cesariana, os bebês se alimentam com mais suplementos do que com leite materno e o consumo de antibióticos é exagerado, por exemplo.

Embora os cientistas não tenham agora uma resposta definitiva, a descoberta publicada na revista Science Translational Medicine identificou pela primeira vez quatro bactérias específicas que parecem proteger o sistema imunológico da asma.

"Esta pesquisa sustenta a hipótese da higiene, segundo a qual estamos convertendo nosso entorno num lugar limpo demais", explicou Brett Finlay, co-autor do estudo e professor de microbiologia e imunologia da universidade British Columbia.

"Mostra que as bactérias têm um papel importante na asma, embora isso ocorra num estágio cedo da vida, quando o sistema imunológico do bebê está em desenvolvimento".

O estudo envolveu mais de 300 crianças cujas amostras de fezes foram examinadas aos três meses de idade e um ano depois.

As amostras revelaram que os bebês de três meses com maior risco de asma registravam níveis baixos de quatro bactérias intestinais específicas.

Quando foram estudadas as mostras fecais dos bebês de um ano, foram registradas menos diferenças. Isso sugere que os primeiros 100 dias de vida são muito importantes no desenvolvimento do sistema imunológico dos pequenos.

Com o passar dos anos, os pesquisadores rastrearam 22 crianças com pouca diversidade bacteriana e oito deles desenvolveram asma. O restante tem mais risco de sofrer com a doença do que os demais do estudo.

Nenhum deles foi tratado com antibióticos, o que descarta o remédio como a causa de uma menor flora bacteriana.

Mas ainda não está claro como as crianças adquirem estas bactérias, chamadas Faecalibacterium, Lachnospira, Veillonella e Rothia.

Os cientistas não examinaram as mães nem compararam as crianças nascidas por pato normal às que nasceram por cesariana, assim como não analisaram se a substituição do leite materno pode ter tido a ver com a ocorrência de asma. Todas estas direções serão tomadas em estudos subsequentes.

Por enquanto, "esta pesquisa enfatiza que devemos revisitar nossa relação com as bactérias", segundo outro co-autor do estudo, Stuart Turvey, médico do hospital infantil de British Columbia.

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A asma é uma doença inflamatória crônica das vias áreas, que pode iniciar em qualquer idade, mesmo sendo mais comum na infância. Apesar de não ter cura, ela pode ser controlada. O seu tratamento visa à redução e o controle da função pulmonar. Uma das alternativas para o controle da doença está na prática de atividades físicas. Como por exemplo, a natação. E foi com esta modalidade que a pernambucana Carolline Gomes encontrou um tratamento especial. Através da doença, ela iniciou sua trajetória no esporte.

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A menina de Passira, cidade do Agreste pernambucano começou a praticar a natação desde os 4 anos de idade.  Inicialmente apenas por causa da doença, a modalidade passou a se tornar dia a dia na vida de Carolline. A atleta começou a se espelhar em nadadoras consagradas, como por exemplo, as conterrâneas Joana Maranhão e Adriana Salazar.

Desde as primeiras competições iniciadas nas escolinhas em 2005 ela se destacava. São oito anos de títulos. Agora, na categoria Juvenil 1, a nadadora, com 15 anos, dá seus primeiros passos para chegar às piscinas mais profundas. Treinamento físico e funcional, além de musculação são as principais áreas de treinamento da atleta, de segunda a sábado, no Sport Clube do Recife. Com esta preparação, Carolline conquistou desde março deste ano dez títulos na natação. O primeiro deles foi o I Torneio Pernambucano, em seguida, ela foi campeã do Norte Nordeste e do Troféu Fita Azul de Natação.

Mas a competição que realmente a colocou perto das grandes piscinas foi a Copa do Pacífico, disputada no inicio do mês de outubro, no Peru. Ela foi convocada pela primeira vez para a seleção brasileira para participar da Copa. Lá a equipe conquistou a medalha de bronze.  “Foi uma experiência incrível fazer parte do grupo que foi para o Peru. Não esperava ser convocada para a seleção tão cedo, fiquei muito feliz. Agora, vou buscar me preparar mais para representar o país em outras competições internacionais”, disse a atleta, que estreou em campeonatos fora do Brasil. O pai de Carol, Junior Gomes, também aprovou a experiência da filha. “Foi muito importante para ela participar desta competição. Serviu para ela melhorar e conhecer novas atletas”, disse o pai, que acompanha a nadadora em todas as competições.

Mesmo com grandes resultados, a menina ainda não possui uma categoria em que ela mais se sobressai. Segundo o treinador de Carolline, Sadler Vasconcelos, ela ainda está se descobrindo no esporte. “Costumo trabalhar com ela o Medley, forma que reúne os quatro estilos da natação (borboleta, costas, peito e livre)”, comentou o técnico, que está treinando a menina há dez meses. Sobre o profissionalismo da nadadora, Sadler afirma que a categoria não possui idade para se profissionalizar na natação. “Além do trabalho dos próprios nadadores, eles ainda necessitam do apoio de fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, entre outros, para conseguirem viver da natação”, explica.

Estudos

É difícil de imaginar uma atleta que possui tantas medalhas e que passe a maior parte do seu tempo treinando tenha tempo para estudar. Mas este não é o caso de Carolline. A estudante do 2ª ano do ensino médio pretende se formar, mas ainda está sem profissão definida. “Não é fácil de conciliar as duas coisas, mas não quero deixar nenhum nem outro. Vou fazer o vestibular este ano como experiência. Penso em cursar para fisioterapia, nutrição ou educação física. As principais áreas que me deixam próximas da natação”, conta a garota.

Futuro

Para os próximos anos, Carolline espera conquistar um campeonato mundial, além de, despontar na carreira. “Meu maior sonho é disputar uma Olimpíada e ganhar várias medalhas. A maior competição do esporte é de grande importância para todas as modalidades. É o momento em que o mundo olha apenas para os esportes”, afirmou. Sobre a possibilidade de disputar as Olimpíadas de 2016, que será realizada no Rio de Janeiro, ela ainda acredita que está cedo. “Existe mais chances da minha participação ser na edição de 2020. Quando estarei mais experiente e bem mais prepara, mas se vier à convocação para a do Brasil, estarei pronta para representar bem o país e o meu estado”, concluiu. 

Em 10 anos o número de mortes provocadas por doenças respiratórias como bronquite, enfisema e asma registrou um crescimento de 20% em todo o País. De acordo com levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, foram 40.608 casos em 2010, ante 33.713 casos em 2000.  A falta de acesso a medicamentos para combate e controle dessas doenças, que têm características específicas e distintas, pode ser um dos fatores para o aumento do número de óbitos. 

“Muitos não seguem corretamente o tratamento medicamentoso prescrito pelo médico porque, infelizmente, não têm dinheiro suficiente para isso”, diz Rodrigo Bacellar, diretor da PBMA – Associação Brasileira das Empresas Operadoras de PBM (Programa de Benefício em Medicamentos). “É urgente que se criem as mínimas condições para que a população possa se tratar, cuidar da própria saúde. É um dever do Estado e um direito do cidadão”, completa.

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Na opinião de Bacellar, com investimentos públicos insuficientes nessa área, a iniciativa privada ganha extrema importância e deveria ser estimulada pelo governo, indicando o PBM como uma importante opção para a solução desse problema no país. As empresas que adotam o PBM oferecem a seus funcionários subsídios para a compra de medicamentos. Alguns remédios podem ser até 100% subsidiados, embora a média praticada pelas empresas brasileiras seja da ordem de 50%.

Iniciada em junho de 2012 a distribuição de medicamentos gratuitos contra asma completou um ano. A campanha do governo federal, Saúde não tem preço, em Pernambuco, reduziu em 24% o número de internados contra a asma nos hospitais. A redução significa uma queda de 1.388 internações a menos comparada ao período de julho de 2011 e abril de 2012. No estado foram 4.68, o número de internados durante o período de um ano. No ano anterior, antes da oferta de medicamento gratuito, foram 6.169 internações.

O Ministério da Saúde já investiu no país R$ 32,4 milhões para o tratamento no período de um ano. Neste período 700 mil pessoas foram beneficiadas pela ação integrada a Farmácia Popular. No último mês, 181 mil pacientes retiraram gratuitamente os medicamentos.

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Em todas as unidades do Aqui tem Farmácia Popular, os usuários do SUS têm acesso a 14 medicamentos gratuitos, sendo três para asma. São eles: brometo de ipratrópio, diproprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol, disponíveis em 10 diferentes apresentações.

com informações da assessoria

Com a chegada do sostício de inverno, o clima consequentemente fica mais frio e seco dando espaço para a ploriferação de doenças respiratórias, como a asma. Nesta sexta-feira (21), além de ser comemorado o primeiro dia oficial do inverno, é também celebrado o Nacional de Controle à Asma. 

Essa doença crônica que atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, é responsável por deixar o ser humano com falta de ar, tosse seca e pressão torácica, dando uma sensação de sufoco permanente. O número de pessoas que apresentam essa doença vem crescendo inclusive as crianças. 

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Vários fatores podem despertar as crises de asma, como a predisposição genética, mudanças climáticas, infecções virais, fumaça de cigarro, poeira doméstica, ácaros, fungos, pelos de animais, pólens, produtos químicos e estresse emocional.

O tratamento é divido em três tipos de abordagens, como:

• Ação Educativa: entendimento sobre a doença, seus tratamentos, efeitos colaterais e uso correto de dispositivos inalatórios.

• Cuidados Ambientais: evitar baixa umidade ou exposição em dias com muita poluição e evitar o contato com cigarro.

• Tratamento farmacológico: as medicações para asma podem ser classificadas em duas categorias – medicações de controle/ prevenção e para alívio das crises. Podem ser usadas por via oral, inalatória ou injetáveis.

Outra forma de conter as crises é utilizando a “bombinha”. O uso do aerossol proporciona ao paciente uma uma dose precisa devido à melhor concentração no pulmão, podendo ser usados por todas as pessoas de idades diferentes.  

Vantagens do aerossol:

• Efeitos quase imediatos, devido à rapidez com que os medicamentos chegam ao local de ação (interessante no tratamento da crise);

• Efeitos conseguidos com pequenas doses;

• Segurança no tratamento.

 

Fonte: Boehringer Ingelheim

Três estudos foram apresentados durante a Conferência Internacional da Sociedade Americana Torácica, que aconteceu na Filadélfia, Estados Unidos, trouxeram as novidades sobre as causas e complicações sobre a apneia do sono. Segundo as pesquisas, a asma pode ser considerada como um fator de risco para o surgimento do problema.

Especialistas da Universidade de Wisconsin avaliaram os dados de uma análise feita em 1998, que verificou o risco de 1.500 pessoas desenvolverem apneia do sono em um período de 8 anos. A conclusão é que, quem possui asma, tem 70% a mais de propensão a desenvolver apneia do sono, do que o não asmático. No caso de se adquirir ainda na infância, a chance chega a dobrar.

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Contudo, o fisioterapeuta e diretor geral da TR Médico Hospitalar, Tiago Moura, reconhece que são necessárias pesquisas mais amplas sobre o assunto. "Apenas esses resultados não são suficientes para que o histórico de asma já seja tratado como um forte fator de risco para a apneia do sono", comenta.

Já uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, avaliou 68 idosos com uma idade média de 71 anos, e concluiu que indivíduos com algum distúrbio respiratório do sono, como a apneia, são mais propensos a ter algum marcador biológico (substância medida para detectar alguma doença ou desequilíbrio no organismo), que indica um estágio inicial da doença de Alzheimer. 

O diretor da TR Médico Hospitalar aponta que a análise não explica se o distúrbio do sono causa Alzheimer ou o contrário. "a pesquisa não deixa claro se o distúrbio do sono causa Alzheimer, ou é o Alzheimer que desencadeia o problema, já que a prevalência de apneia do sono na população em geral é de 10% a 20%. Entre pessoas acima dos 65 anos, a incidência vai de 30% a 60%",

Ele explica que a apneia do sono - obstrução nas vias respiratórios que resulta em pausas respiratórias durante a noite - é associada à obesidade, diabetes, pressão alta, ataques cardíacos e derrames. "Pesquisas anteriores já a associaram também a doenças cardiovasculares, depressão e câncer", afirma. 

Todavia, a apneia do sono pode ser tratada, reduzindo as chances de aparição de doenças atreladas ao distúrbio. Uma opção é o uso do CPAP - Continuous Positive Airflow Pressure, ou pressão positiva contínua nas vias aéreas -, um equipamento que, através de uma máscara adaptável, mantém uma pressão ventilatória. 

O aparelho é normalmente posicionado na mesa de cabeceira e, através de um tubo, conecta-se a uma máscara que adapta-se ao nariz. "Ele normaliza os níveis de saturação de oxigênio enquanto se dorme, além de trazer benefícios como restauração do padrão normal do sono, menos sonolência, melhora na concentração e diminuição no risco de acidentes", detalha o especialista.

Embora seja frequentemente confundida com gripes recorrentes ou mal curadas, a asma é uma enfermidade crônica dos pulmões: um tipo especial de inflamação que dificulta a passagem do ar e que é, muitas vezes, identificada como bronquite. No Brasil, cerca de 3 mil pessoas morrem por ano por causa da doença. Ela provoca chiado e aperto no peito, falta de ar e tosses repetidas. É mais comum na infância, mas também acomete adultos e pessoas idosas. Nesta terça-feira (7) é celebrado o Dia mundial de Combate à Asma.

A doença não tem causa única, resulta de múltiplos fatores genéticos e do ambiente. Os sintomas são provocados geralmente por resfriados, por inalação de substâncias que provocam alergia (em geral poeira e mofo) ou que irritam o aparelho respiratório, principalmente a fumaça. A estratégia de prevenção requer a identificação de fatores de risco relevantes individuais.

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O pneumologista e coordenador do Ambulatório de Asma do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), Dr. Rafael Stelmach, fala sobre a conscientização da doença. “É preciso conscientizar a população de que, primeiro, a asma é uma doença crônica, na maioria das vezes de origem alérgica familiar, que não tem cura e que, portanto, deve ser acompanhada pelo médico ao longo da vida do paciente, mesmo naqueles períodos em que não há crises agudas da doença.”

O coordenador do Incor explica que em casos mais graves, mesmo sob controle, os pacientes precisam usar regularmente as suas medicações. “Se tratando dos medicamentos para asma, em sua maioria administrados na forma de inaladores, não basta apenas a continuidade no tratamento, embora esta seja bastante importante. É preciso também que o paciente seja orientado a usar corretamente estes dispositivos, para que ele seja beneficiado pelo tratamento.”, orienta.

Com esta finalidade, o Incor mantém em seu site um vídeo com o passo-a-passo do uso dos diferentes tipos de inaladores, que pode servir de apoio à profissionais de saúde e aos próprios pacientes.   

 

Confira alguns mitos e verdades sobre a Asma

Mito: “O médico só deve ser procurado em caso de crise”.

- Esta afirmação é uma das principais causas dos altos índices de hospitalizações por asma. O correto é manter o tratamento conforme orientação médica e só interrompe-lo quando com autorização do médico. Desta forma, o paciente poderá usufruir de uma vida com muito mais qualidade, e sem sustos.

Verdade: “O paciente asmático pode e deve praticar atividade física, mas sempre sob orientação e acompanhamento médico”.

- Ao contrário do que muitos pensam, a pessoa com asma controlada não apenas pode praticar atividade física regularmente, como pode até mesmo chegar a ser um profissional do esporte. Exemplos dessa superação são os nadadores Mark Spitz e o brasileiro Fernando Scherer, o Xuxa; assim como a triatleta brasileira Carla Moreno, heptacampeã do Troféu Brasil de Triatlo.

Mito: “O uso contínuo de medicamentos, como as chamadas ‘bombinhas’, oferece risco cardíaco”.

- Esta afirmação é uma das principais causas de falta de tratamento adequado de pessoas com asma. Os tratamentos com medicamentos inalados são os ideais porque agem diretamente onde a doença está.  E podem ser utilizados sem receio, sempre sob orientação médica.

Verdade: “Asma e bronquite crônica não são a mesma coisa, ao contrário, são doenças bastante diferentes”.

- Enquanto a asma atinge indivíduos de qualquer faixa etária, especialmente crianças, com sintomas de falta de ar e chiado no peito, a bronquite crônica está relacionada ao tabagismo. É uma doença pulmonar obstrutiva crônica, assim como o enfisema pulmonar, e dificilmente atingirá uma criança. Em geral, os pacientes são adultos e fumantes.

 

Com informações da assessoria

No Dia Nacional de Controle da Asma, celebrado nesta quinta-feira, 21, o Ministério da Saúde comemora o aumento em 30% na distribuição gratuita de medicamentos para a prevenção desta doença crônica. De acordo com a Agência de Saúde, mais de 30 mil pessoas retiraram os remédios nas farmácias populares desde o último dia 4, quando o Governo Federal passou oferecê-los gratuitamente, por meio do programa Saúde Não tem Preço.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre os dias 4 e 18 de junho, 31.176 pessoas retiraram os antiasmáticos das farmácias populares. A pasta afirma que a retirada representa aumento de 30% na procura pelos remédios, uma vez que nos 15 dias que antecederam o início da gratuidade, 24.344 cidadãos haviam comprado os medicamentos com até 90% de desconto nas farmácias.

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Até o dia 4, o Governo Federal arcava com 90% do custo do tratamento e os consumidores com os outros 10%. Desde que os remédios passaram a ser 100% pagos pelo País, alguns Estados registraram o aumento do número de pacientes que retiraram medicamentos, afirma o Ministério. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o aumento de beneficiados chegou a 64%, valor que representa 8,7 mil moradores do Estado, de acordo com informações divulgadas pela Agência de Saúde.

A ação também integra o programa Brasil Carinhoso, lançado em maio pela presidente Dilma Rousseff, cujo objetivo é tirar da miséria crianças de 0 a 6 anos de idade. A asma está entre as principais causas de internação entre crianças nesta faixa etária, afirma o Ministério da Saúde.

Cerca de 2,5 mil pessoas morrem por ano por causa da asma, afirma a Agência. "Este é mais um passo do Governo Federal para garantir acesso universal à saúde, priorizando um programa de alto impacto principalmente na população infantil", afirma o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.

Hipertensão e diabetes

O programa Saúde Não Tem Preço também distribui gratuitamente nas farmácias populares medicamentos para hipertensão e diabetes, segundo a Agência de Saúde. Desde o lançamento do programa, em fevereiro de 2011, o número de consumidores que retiraram os medicamentos quadruplicou. A gratuidade deve beneficiar até 800 mil pacientes por ano. Atualmente, o programa Farmácia Popular atende 200 mil pessoas que adquirem medicamentos para o tratamento da doença. As informações são da Agencia Saúde.

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