O pedreiro que faz a BMX voar

Fabinho contou que quase não foi à Virada Esportiva por falta de passagem e comemorou a execução do evento

por Lívio Angelim sab, 08/02/2014 - 21:05

Cimentar, erguer concretos e pintar paredes. Esse é o trabalho de Fabio Rodrigues durante quase todo ano. No restante, pá e martelo cedem espaço para duas rodas, quadro, guidão e – acreditem ou não – asas. Sim, porque Fabinho voou quando pedalou a bike BMX no bow do Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, neste sábado (8). Mas, por pouco o morador do Centro de Paulista não se apresenta na Virada Esportiva. “Eu tava sem dinheiro para pagar o transporte. Cara, são seis passagens. Ainda bem que descolei uma carona”, contou.

Melhor mesmo para o pequeno João Paulo, de 7 anos. Mãos agarradas ao alambrado, a cerca de um metro de onde passavam os pneus de cada bike. Os olhos permaneciam vidrados nos saltos e acrobacias. Mas foi a manobra de Fabinho que selou o silêncio do garoto. “Uau! Mãe, ele voa”, disse o menino a Rosimeire dos Santos. O pai, com o outro filho, mais novo a tira-colo contou: “Nós sempre vemos skates, mas bicicletas são novidades. Está muito legal, ainda consegui sair daqui, mas quero conhecer os outros esportes também. As crianças estão adorando”.

É o público que empolga Fabinho. “Não tem nada melhor do que você curtir a pista com o público te cercando, aplaudindo suas manobras. É maravilhoso!”. Neste domingo (9), se conseguir outra carona, o piloto da equipe LZ Bikes deve voltar ao bow do Parque Dona Lindu. Não mais para apresentação e diversão. Agora, é para competir. É pra valer. “Eu estou muito empolgado e espero que possa chegar aqui. Treino durante quase todo ano por um dia como esse. E às vezes não consigo participar”, contou.

Os olhos de João Paulo permaneceram atentos às apresentações de BMX. Mas só até Fabinho colocar a bike debaixo do braço e ir embora. A partir daquele momento, o piloto de 32 anos aproveitou a carona e voltou para Paulista. O garoto seguiu para conhecer os outros esportes da Virada Esportiva. “Seria bom se o Recife recebesse mais eventos como esse. Com mais frequência”, diz Fabinho, na ânsia por novos holofotes. Por ser menos Fabio Rodrigues e ter mais oportunidades dentro do bow. 

COMENTÁRIOS dos leitores