Federação garante fôlego ao tênis de mesa paraense

Criada em 1990, organização chega aos 25 anos com o mérito de ter garantido a sobrevivência do esporte em todo o Estado depois do pagamento de uma dívida

qua, 02/12/2015 - 21:53

A prática do tênis de mesa no Estado do Pará estaria extinta nos dias de hoje se não fosse o pagamento de uma dívida que a Federação Paraense de Desportos (FPD), entidade que acolhia esportes sem uma federação especializada, tinha com a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM). Essa história quem relatou foi Bianor José de Brito Coelho, o primeiro presidente da Federação Paraense de Tênis de Mesa e fundador da entidade no dia 29 de março de 1990, na sede do Santa Cruz, na Pedreira, com a FPD presidindo a fundação e responsável pelo pagamento citado. Atualmente, ele é o técnico da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB). A Federação completou 25 anos.

O “mestre”, como é chamado pelos alunos, é dono de um currículo vencedor. Até setembro de 2011, Bianor era “Campeão Paraense da primeira divisão 16 vezes; Campeão Brasileiro Veterano 50 e 60 tanto Individual quanto por Equipes; Campeão Sul-americano Veterano por Equipes na Argentina e em El Salvador”, de acordo com o site da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa.

O professor está há 50 anos envolvido na prática da modalidade e, como forma de homenageá-lo, a Federação Paraense costuma iniciar as temporadas de tênis de mesa com o campeonato “Mestre Bianor Coelho”. O torneio é disputado por atletas federados e não federados. A edição deste ano aconteceu no município de Barcarena, no Clube de Mesatenistas de Barcarena (CMB). O campeonato reuniu atletas “de Belém, Barcarena, São Miguel do Guamá, Igarapé-Açu, Cametá, Castanhal, Paragominas e Acará”, conforme informou o jornal “O cidadão”.

Bianor explica as sensações ao ver os pupilos disputando campeonatos. “A emoção é muito grande. Eu fico mais nervoso como treinador que como jogador. Isso é interessante porque a gente prega toda a energia para que o atleta seja campeão e por isso o desgaste é maior”, comparou.

No Pará, a prática do tênis de mesa é comum tanto na capital quanto no interior. Ao todo, são sete os clubes federados, como apresenta o site da Federação Paraense de Tênis de Mesa. São eles: Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), Assembleia Paraense, Cametá Esporte Clube, Clube de Mesatenista de Barcarena (CMB), Paragominas Futebol Clube, Pará Clube e Paysandu Sport Club.

Origens - O tênis de mesa nasceu na Inglaterra durante a segunda metade do século XIX. Universitários e membros militares, comumente, se reuniam para praticar o esporte como forma de descontração.

Mas o tênis de mesa não nasceu com esse nome. O Gossima foi o primórdio do esporte. As raquetes eram ocas e tinham um cabo longo. A bola era feita de cortiça e tinha mais ou menos 50 milímetros de diâmetro; a rede, 30 centímetros de altura.

Alguns anos se passaram até o momento em que um maratonista aposentado estava voltando de viagem feita nos Estados Unidos. James Gibb é o nome dele. No retorno, Gibb trouxe bolinhas de celuloide de brinquedo a fim de usá-las no Gossima.

Por conta da diferença de sons produzidos quando a bola batia na mesa e na raquete, Gibb associou isso com as palavras “pingue” e “pongue”. “O “pingue” é o som que emitia a mesa quando a bolinha quicava (som mais aberto), o “pongue” (som mais fechado) era o som produzido quando a bolinha batia na raquete”, conforme o site travinha.com.br.

Muita gente acredita que pingue-pongue e tênis de mesa sejam a mesma coisa. Não à toa, comumente, tênis de mesa é chamado de pingue-pongue ou vice-versa. Claro que há semelhanças: uma raquete por jogador, uma mesa e uma bolinha, quem não conseguir mandar a bola para o outro lado ou ficar na rede, perde o ponto.

Mas há diferenças. Nas regras, por exemplo e, principalmente, nas táticas do jogo. “O pingue-pongue pode ser jogado no quintal de casa ou na escola, com uma raquete de madeira. Já o tênis de mesa requer um material específico para dar muito efeito e velocidade na bola. Além disso, no tênis de mesa é preciso ter um excelente trabalho de pernas para dificultar a devolução do adversário e vencer os pontos”, ponderou Rivail Neto, jogador da AABB.

No tênis de mesa, cada set é ganho pelo jogador (se o jogo for individual) ou pela dupla que primeiro chegar a onze pontos. Além disso, a cada dois pontos, o saque troca de jogador. Caso o set esteja com o placar de 10 a 10, a troca de saque acontece a cada ponto disputado. 

No pingue-pongue é diferente. Primeiro porque não é obrigatório que o set termine em onze pontos (6 a 0 ou 7 a 1 para qualquer jogador, a partida acaba). E no saque, não há a troca de sacador a cada dois pontos. Portanto, um jogador pode ganhar o set sempre com o direito de iniciar o ponto.

Por Octavio Almeida.

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