Antonio Carlos volta ao comando da seleção feminina

Técnico trabalhou outras duas vezes na seleção brasileira, entre 1976 e 1984 e também entre 1996 e 2007

seg, 14/12/2015 - 13:52

Antonio Carlos Barbosa está de volta ao comando da seleção brasileira feminina de basquete. Nesta segunda-feira (14), a Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB) anunciou a contratação do treinador, que chega ao cargo para suceder Luiz Augusto Zanon, que deixou a função na última sexta-feira (11).

Barbosa trabalhou outras duas vezes na seleção brasileira, entre 1976 e 1984 e também entre 1996 e 2007. Nessa segunda passagem, Barbosa levou o Brasil a faturar a medalha de bronze na Olimpíada de Sydney, em 2000, e a de prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007.

"Estamos trazendo para o comando da seleção brasileira o treinador Antônio Carlos Barbosa. Um profissional experiente e com resultados comprovados na modalidade. Com a proximidade dos Jogos Olímpicos, faltando um pouco mais de sete meses para o início da competição, entendemos que esse é o nome ideal. Acreditamos que conseguirá montar uma equipe competitiva para os Jogos do Rio", analisou Vanderlei Mazzuchini, diretor técnico da CBB.

Na última sexta-feira, a confederação anunciou a saída de Zanon do comando da seleção, sob a alegação de "problemas de saúde". Zanon, porém, vinha sendo criticado pelo "Colegiado de Clubes", formado por dirigentes, técnicos e jogadoras, pelo seu trabalho à frente da seleção feminina.

O grupo exigia que a CBB permitisse aos treinadores dos únicos seis clubes que disputa a Liga de Basquete Feminino participassem do comando do time que disputará a Olimpíada, sem cobrar formalmente, entretanto, a demissão de Zanon. Na última sexta, então, os clubes que lideram o boicote contra a gestão da CBB na seleção feminina venceram essa "queda de braço".

Sucessor de Zanon, Barbosa garante que o Brasil pode ter êxito na disputa da Olimpíada no Rio. "É um momento em que a Seleção Brasileira passa por uma renovação. Dentro de uma Olimpíada você tem que levar o que tem de melhor. Houve aí um ciclo em que foram bastante trabalhadas jogadoras jovens em Campeonatos Sul-Americanos e no Campeonato Mundial. E agora teremos um tempo de avaliação para vermos quem defenderá o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio. Vejo o Brasil com muitas chances de disputar uma medalha. Tenho o espírito vencedor e não entro em uma competição pensando que não vou conseguir uma medalha. Eu acredito que essas jogadoras tem condições de disputar uma medalha. Eu acho que o Brasil tem uma mescla de jogadoras experientes, outras nem tanto e outras bem jovens. Esse mix pode dar uma boa classificação para o nosso país", declarou.

O novo treinador garantiu que vai respeitar a lista de convocadas divulgadas por Zanon pouco antes de sua saída para a disputa do evento-teste para a Olimpíada entre os dias 15 e 17 de janeiro, ainda sem o detalhamento dos adversários por parte da CBB.

"O trabalho começa de fato a partir do dia 6 de janeiro, quando as jogadoras se apresentam para o evento-teste. Vou respeitar a convocação feita pelo Zanon (Luiz Augusto). A única questão que precisamos ver é a da Damiris, que está com uma fratura por estresse na perna e não vem jogando", completou o treinador, que lembrou as suas passagens anteriores pela seleção feminina de basquete.

"Essa é a minha terceira passagem pela seleção brasileira. A primeira foi um momento de uma total renovação do basquete feminino. Foi uma geração que contou com a presença de Paula, Hortência, Martha Sobral, Vânia Teixeira e Vânia Hernandes. Retornei em 1996 para o Mundial Juvenil e assumi em 1997 a equipe principal. Novamente tínhamos uma situação difícil, pois era uma equipe que havia sido campeã mundial e vice olímpica, em um momento que perdíamos os principais nomes do basquete brasileiro: Hortência e Paula. Seguimos com Janeth que deu uma boa base para esse grupo e conseguimos grandes resultados com a renovação. Fomos à Austrália com seis jogadoras estreantes na Olimpíada de Sydney e conquistamos a medalha de bronze. Fora o Mundial da China, que foi uma fatalidade quando perdemos dois jogos por um ponto, terminamos em todos os campeonatos entre os quatro primeiros. Sempre trazendo jogadoras jovens para completar o grupo", concluiu Barbosa.

COMENTÁRIOS dos leitores