Cerveja liberada nos estádios? No Carneirão, nem parecia

Apenas poucos grupos foram encontrados consumindo bebida alcoólica nas arquibancadas do Carneirão, neste domingo (10), durante confronto entre Vitória e Serra Talhada

por Fernando Sposito dom, 10/01/2016 - 19:48

No fim de 2015, veio à tona a permissão para a venda de cerveja nos estádios de Pernambuco. A ‘gelada’ está liberada nas arquibancadas. Mas, pelos lados de Vitória de Santo Antão, nem parecia. Neste domingo (10), a reportagem do Portal LeiaJá foi ao Carneirão acompanhar o duelo do Tricolor das Tabocas com o Serra Talhada, e a bebida pouco apareceu entre os torcedores presentes no local. A falta de informação foi o principal fator desse enredo.

Afora cerca de três grupos de torcedores que estavam tomando cerveja enquanto assistiam ao jogo, todos os demais entrevistados afirmaram que não sabiam da permissão. Inclusive os ambulantes, que ofereciam apenas água, refrigerante e picolé. Quem estava bebendo foi porque comprou do lado de fora do estádio e levou para a arquibancada – a entrada das latas foi liberada normalmente pelo clube.

Em um dos grupos procurados pela reportagem, um dos torcedores chamou a atenção pelo fato de estar bebendo, mas opinar de forma contrária ao consumo de álcool nas praças esportivas. Trata-se de Gilmar Simões da Silva, de 37 anos, que mora em Vitória de Santo Antão e aproveitou para apoiar a equipe local, apesar de ter o Sport como seu time do coração. 

“Pra quem tem consciência do que faz, não há problema. Mas nem sempre existe esse discernimento. Se fosse para escolher, optaria pelo veto às bebidas alcoólicas nos estádios de futebol”, declarou o torcedor.

Ao passo que dentro do Carneirão pouco se viu o consumo de álcool, do lado de fora, os ambulantes garantiram que as vendas melhoraram significativamente nessa abertura de temporada com a bebida liberada no reduto. Há 15 anos trabalhando nas redondezas do estádio, José Ricardo Nascimento, de 49 anos, revelou que suas vendas quase triplicaram.

“Antes, o pessoal bebia aqui mesmo. Agora, eles compram aqui e entram com a bebida no estádio. Levam umas quatro, cinco latas de uma vez”, contou. E disse: “Com a cerveja proibida lá dentro, eu vendia cerca de cinco caixas. Diante da liberação, consigo comercializar até 15. O povo gosta mesmo é de beber, principalmente quando o time ganha”.

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