Há 33 anos o mundo dava adeus ao genial "Mané" Garrincha

Um dos maiores futebolistas da história, o bicampeão do mundo era conhecido por levar divertimento para os torcedores nos estádios. Foi o verdadeiro “rei do drible”.

qua, 20/01/2016 - 16:45
Arquivo Garrincha em uma de suas arrancadas pela direita Arquivo

“O jogador de futebol morre duas vezes. A primeira, quando para de jogar”. O autor desta frase é Paulo Roberto Falcao, ex-jogador da Seleção Brasileira e um dos meias que encantaram o mundo, durante a Copa de 1982. De fato, o jogador pode “morrer duas vezes”. Entretanto, dependendo dos feitos realizados pelo atleta durante a carreira, a morte pode se transformar em vida eterna. Manuel dos Santos, mais conhecido como “Garrincha”, é um dos que ficaram na história e sempre será lembrado pelos brasileiros. Esta quarta-feira (20) marca os 33 anos da segunda morte do “Mané”, ocorrida em 1983, aos 49 anos, vítima de cirrose hepática.

Ídolo nacional, Garrincha se destacou principalmente no Botafogo. Disputou três Copas do Mundo: 1958, 1962 e 1966. Quando saiu campeão (58 e 62) foi reconhecido pelo grande futebol mostrado. “Nunca houve um ponta-direita como ele (Garrincha). No mundial de 58, foi o melhor em sua posição. No mundial de 62, foi o melhor jogador do campeonato”, conta Eduardo Galeano, no livro Futebol ao sol e à sombra.

Durante os três campeonatos mundiais, o “Mané” marcou cinco gols, sendo quatro durante o bicampeonato e um na Copa de 1966, contra a Bulgária, em vitória por 2 a 0. No mundial do Chile, Garrincha dividiu a artilharia do time com Vavá. Os quatro gols, em seis partidas, ocorreram durante as fases de mata-mata. Foram dois contra a Inglaterra, nas quartas de final, e, na semifinal, dois contra os donos da casa.

É verdade que, na decisão contra a Tchecoslováquia, Garrincha não marcou durante a vitória por 3 a 1. Nem por isso deixou de ser exaltado, sobretudo pelo espírito “moleque” que expunha dentro do gramado. “A partida está no fim. O juiz russo espia o relógio. E o Brasil não precisa vencer um vencido. A Tchecoslováquia está derrotada, de alto a baixo, da cabeça aos sapatos. Mas Garrincha levou até a última gota o seu ‘olé’ solitário e formidável. Para o adversário, pior e mais humilhante do que a derrota, é a batalha desigual de um só contra onze. A derrota deixa de ser sóbria, severa, dura como um claustro. Garrincha ateava gargalhadas por todo o estádio. E, então, os tchecos não perseguiram mais a bola. Na sua desesperadora impotência, estão quietos. Tão imóveis que pareceram empalhados. Garrincha também não se mexe. É de arrepiar a cena”, descreveu Nélson Rodrígues, na crônica O escrete de loucos, após a conquista do segundo título mundial.

Se estivesse vivo, hoje teria 82 anos de idade. Nasceu no dia 28 de outubro de 1933. Como legado, deixou a brincadeira. Os adversários fizeram de tudo para pará-lo. Não conseguiram. Veja neste vídeo algumas das brilhantes jogadas dos “Mané”.

Por Octavio Almeida.

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