João Luiz Gomes Jr. faz 2º melhor tempo do ano nos 100m

Marca só fica atrás dos incríveis 58s41 de Adam Peaty, no início da semana. Por apenas 0s03, João Luiz não bateu o recorde sul-americano, que é de Henrique Barbosa desde 2009, quando os trajes tecnológicos ainda eram permitidos

sex, 15/04/2016 - 11:50

O Troféu Maria Lenk começou muito forte, nesta sexta-feira, no Estádio Aquático Olímpico, no Rio, valendo como evento-teste dos Jogos e como segunda e última seletiva da natação brasileira. Etiene Medeiros, que já estava qualificada para os 50m e para os 100m metros livre, também fez índice nos 100m borboleta. Nos 100m peito, quatro nadadores ratificaram o índice, com destaque para João Luiz Gomes Júnior, que em 2014 foi suspenso por doping e agora tem o melhor tempo entre os brasileiros: 59s06.

A marca é a segunda melhor da temporada, só atrás dos incríveis 58s41 de Adam Peaty na seletiva britânica, no início da semana. Por apenas 0s03, João Luiz não bateu o recorde sul-americano, que é de Henrique Barbosa desde 2009, quando os trajes tecnológicos ainda eram permitidos.

O resultado do atleta do Pinheiros é surpreendente porque João Luiz nunca havia nadado na casa de 59 segundos e, de uma só vez, quase pulou para a casa de 58s - seu recorde pessoal era 1min00s00.

Agora ele tem o melhor tempo de classificação para o Rio-2016, seguido por Felipe França, do Corinthians, que venceu a primeira seletiva, em dezembro, com 59s62, e abaixou sua marca para 59s56 nesta sexta-feira, assumindo o quarto lugar do ranking mundial - também fica atrás do britânico Russ Murdoch, que tem 59s31.

Pedro Cardona, jovem revelação do Pinheiros, quebrou a barreira dos 60 segundos pela primeira vez, com 59s77, equivalente ao 10.º lugar do ranking mundial, mas que por enquanto não é suficiente para leva-lo à Olimpíada - só os dois mais rápidos das seletivas brasileiras vão aos Jogos. Felipe Lima fez 1min00s06, ratificando o índice.

Todos voltam à piscina à tarde, a partir das 17h30, quando começam as finais do Maria Lenk. Por enquanto, as duas vagas estão com João Luiz Gomes Júnior e Felipe França, com o atleta do Pinheiros, com o melhor tempo, entrando no time do revezamento 4x100m medley, cada vez mais candidato à medalha.

MAIS DOIS ÍNDICES - Com quatro brasileiras com chance reais de classificação nos 100m borboleta, todo mundo levou as eliminatórias a sério. Daiene Dias, do Minas, foi a melhor com 58s04, não só garantindo o índice, mas abrindo boa folga sobre Etiene Medeiros, do Sesi-SP, que chegou em segundo, com 58s49, também abaixo da marca mínima exigida pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).

Isso garante que o Brasil terá duas representantes nos 100m borboleta no Rio-2016, mas os nomes só serão definidos na final, à tarde. Daynara de Paula foi o principal nome do estilo borboleta nos últimos anos e vai atrás do índice (58s74) e de tirar a companheira de clube Etiene Medeiros. Nas eliminatórias, fez 59s01, acima do que está acostumada.

A mais rápida ao fim do dia também será convocada para nadar o revezamento 4x100m medley. Caso Etiene fique com esse posto, a comissão técnica pode ter uma dor de cabeça. Afinal, ela também está classificada nos 100m livre e é a mais rápida do País no nado de costas. Aí, a tendência é que a segunda mais rápida do borboleta seja convocada.

OUTRAS PROVAS - As demais provas não foram tão fortes pela manhã. Nos 400m medley masculino, com a ausência de Thiago Pereira e com Brandonn Almeida já com índice, o mais rápido brasileiro foi Leonardo Coelho, do Pinheiros, com 4min23s87. À tarde, ele precisa de 4min16s71 para ir à Olimpíada. Brandonn virou na frente até os 350m, mas não forçou.

Nos 400m livre, Lucas Kanieski, do Minas, foi o mais rápido: 3min53s61. Mas ele também deixou a impressão de que não deu o máximo. O índice é 3min50s44 e pode ser alcançado também por Miguel Valente (Minas) e Giovanny Lima (Sesi). Luiz Altamir, do Flamengo, já tem índice e nadou tão lento pela manhã que fez só o nono tempo. Vai nadar a final B, que também vale como tomada de tempo.

Já nos 400m medley feminino, Joanna Maranhão sobrou com 4min46s54. Ela já tem o índice (4min43s46) e deverá ser a única brasileira nesta prova no Rio-2016. A segunda melhor do País nas eliminatórias foi Bruna Primati, com 4min51s58, melhor marca da carreira.

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